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Gandhy Piorski lança livro sobre natureza, imaginário e brincar

‘Brinquedos do Chão’, de Gandhy Piorski, é o primeiro livro de uma série que irá discutir o brincar e os 4 elementos da natureza

Folhas, flores e um punhado de terra no chão com o escrito ao lado direito superior: "A natureza e o imaginário do brincar". No canto direito inferior está o nome de Gandhy Piorski.

Em 2016, o Instituto Alana lançou, em parceria com a editora Peirópolis, ‘Brinquedos do Chão: a natureza, o imaginário e o brincar’.

Este é o primeiro livro de uma série de quatro, do educador e artista plástico Gandhy Piorski.

Gandhy estuda o brincar e o brinquedo há mais de 20 anos. Por suas andanças Brasil afora, na busca por conhecer a criança brasileira, se deparou com a intimidade e o manejo que elas têm com os elementos da natureza. Assim, deu início a um estudo profundo sobre o brincar e os 4 elementos: terra, fogo, ar e água.

Nesse livro, o pesquisador adentra o universo do brincar com o elemento terra, e busca compreender como ele dialoga com o reino imaginário da criança.

Confira abaixo o bate-papo que fizemos com ele.

Instituto Alana – O professor Marcos Ferreira, que prefaciou o seu livro, diz que você é um pesquisador alimentado pela ‘curiosidade crianceira’. O que as crianças despertam em você?

Gandhy Piorski – A principio, não existia um interesse direto pela infância, mas pelo universo do artista brincante. As artes e as brincadeiras sempre chamaram a minha atenção. Além disso, sempre gostei muito de teatro de bonecos. Em meados dos anos 90, pude conhecer o mestre Zezito, e estudar com ele. Ele que me transmitiu um encantamento pela alma do brinquedo tradicional, feito por artesãos. Logo depois, montei uma oficina e comecei a construir brinquedos, propor projetos para arquitetar espaços de brincar, realizar oficinas com crianças e jovens da periferia de Fortaleza. E, finalmente, iniciei uma pesquisa própria. Fiquei até 1999 trabalhando quase que exclusivamente com construção de brinquedos.

IA – E quando a criança tornou-se o foco da sua pesquisa?

GP – Em 2003, ganhei a Bolsa Virtuose, cedida pelo Ministério da Cultura, para realizar um estudo no Museu do Brinquedo de Sintra, em Portugal. Conheci diversos pesquisadores, entre eles o professor João Amado, da Universidade de Coimbra, que pesquisa os brinquedos construídos por crianças da Península Ibérica. Um dia, durante uma conversa, ele me levou até as ruínas de Conímbriga, cheia de mosaicos, de brinquedos e brincadeiras das crianças romanas, e me deu uma aula sobre esses brinquedos. Em seguida, lançou a pergunta: você conhece as crianças do Brasil? Já pesquisou os brinquedos que elas constroem? Isso mexeu comigo e me conduziu a olhar para a criança.

IA – O significado do brinquedo mudou quando você começou a olhar para a criança?

GP – Mudou completamente. Quando entrei de cabeça no universo da infância o brinquedo estético e produzido perdeu a expressão para mim. Eu enxerguei uma camada anterior – que é a imaginação da criança – e que falava com muito mais riqueza sobre o universo da infância. Afinal, é na imaginação que residem todos os elementos do brincar. O brinquedo foi perdendo sua concretude.

IA – Depois dessa nova ótica para o brinquedo, como você guiou suas pesquisas?

GP – Eu voltei de Portugal e, no mês seguinte, já estava no Pará, em áreas ribeirinhas de Belém, olhando as crianças. Além disso, fiz um trabalho para a Instituição Dragão do Mar. Eles me convidaram para montar uma grande exposição de brinquedos construídos por crianças cearenses. Fiz uma pesquisa de dois anos, em 25 regiões do Ceará. Foi dessa experiência – entre 2005 e 2007 – que, finalmente, nasceu o livro Brinquedos do Chão. Ou seja, a escrita foi no campo – eu parava a noite e escrevia. Então, comecei a entrar de cabeça nos elementos da natureza, relacionando-os com o brincar.

IA – O que a criança busca quando brinca com os elementos da natureza?

GP – Sobretudo, busca um anseio humano muito antigo, de se entranhar no mundo e conhecê-lo nas suas múltiplas dimensões. Nesse sentido, a força imaginária conduz a criança a conhecer as experiências mais estruturantes da vida. E essas experiências estão na natureza.

IA – E o que ela busca ao brincar com a terra em específico?

GP – A brincadeira da terra é uma brincadeira de estrutura. A criança busca a inteireza, a concretude da vida, quer compreender os materiais no todo e manifesta isso nos seus fazeres. No livro eu falo sobre as investigações do oculto: abrir os animais para ver o que tem dentro, cavar a terra, a brincadeira de esconde-esconde. Esses momentos revelam o fascínio do encontro. Em outras palavras, a criança tira os véus da vida para poder criar intimidade e se aninhar com o mundo, bem como conhecer os fundamentos de todas as coisas e a terra permite essa descoberta.

IA – Você afirma no livro que a imaginação é a verdade da criança. Poderia explicar?

GP – A imaginação é a faculdade com a qual a criança dialoga com a vida. É o oposto da consciência racional, que analisa e cria conceitos. A imaginação é fundada pelo simbólico, pelo encanto, e não por uma linguagem moralista. O olhar simbólico nos deixa permear pelas matérias do mundo. Já o olhar analítico nos afasta das experiências. Quem vive por mais tempo o alimento imaginário constrói uma organização sensorial mais aprofundada. Por isso, precisamos educar as crianças, desde cedo, nessa expressão do imaginário.

IA – Existe um imaginário que atravessa as diferentes culturas infantis?

GP – Sim. O contato com a elementaridade do mundo dá uma universalidade para o brincar. O barquinho, por exemplo, é universal na cultura das brincadeiras. O menino que nasce no sertão vai acessar o elemento água tanto quanto o menino que nasce na beira da praia. Mas as narrativas serão diferentes, pois a cultura vai dar o contorno para as brincadeiras. O menino do mar constrói um barquinho de forma mais refinada do que o do sertão. No entanto, os dois contêm em si os mesmos elementos imaginários da água. Isso é um arcaísmo genético. A água acorda informações genéticas comuns aos dois meninos, porque essas informações estão no fundamento do humano.

IA – A exposição que acompanha o lançamento do livro traz brinquedos que crianças construíram com sucatas da cidade. Como relacionar com os brinquedos do chão, feitos com elementos da natureza?

GP – Ela vem para dar um contraponto. Não precisamos ficar restritos ao sonho ideal do brincar na natureza. O mais importante é conhecer a imaginação da criança, como ela se estrutura. A partir disso, encontrar no mundo espelhos que alimentem essa imaginação. Nessa exposição, estão expostos brinquedos feitos com materiais da indústria. Mas não qualquer material, são sucatas inteligentes, como um freio de bicicleta – que abre ramos na imaginação e evita o linear. É preciso criar encantamento nas matérias, porque a imaginação é do reino do encanto, ele que acorda o interesse vivo em criar.

IA – Qual o convite que o livro faz ao leitor?

GP – O livro trata sobre a base fundamental de diálogos da criança com o mundo. Ele inaugura uma reflexão sobre o comportamento imaginador da criança. É para todos que se interessam pela criança. Pessoas da área da cultura que produzem obras para crianças, artistas, arquitetos que têm pensado ambientes para a infância, urbanistas, bem como educadores que estão nas escolas.

‘Gestos do Chão’, de Gandhy Piorski

Durante o lançamento do livro foi exibido o filme Gestos do Chão. O curta-metragem  discute a relação do elemento terra com o corpo e a imaginação da criança. A partir de depoimentos de um permaculturista, um arquiteto e um coreógrafo, ele aborda como a paisagem, a matéria e o gesto do brincar fundamentam na criança noções matriciais de pertencimento e identidade. Com direção de Gandhy Piorski e Renata Ursaia, o filme está disponível na plataforma VIDEOCAMP.

Confira as fotos do lançamento em São Paulo, no dia 05 de novembro de 2016:

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Criativos da Escola: alunas apresentam projetos na China

Dois projetos que foram reconhecidos nacionalmente na primeira edição do Desafio Criativos da Escola representarão o Brasil no encontro Be the Change Conference’, na China

Duas das cinco escolas selecionadas na 1ª edição do Desafio Criativos da Escola, representarão o Brasil, pela primeira vez, na ‘Be the Change Conference’, conferência mundial do Design for Change, que esse ano acontece em Pequim, na China. O encontro reunirá, em dezembro, centenas de crianças e jovens que desenvolvem projetos de protagonismo social ao redor do mundo. Nesta edição haverá a participação de uma aluna do Colégio Estadual Hermes Miranda do Val, de Simões Filho, na Bahia, e de uma jovem da Escola Menezes Pimentel, de Pacoti, no Ceará – ambas acompanhadas pelos educadores responsáveis pelos projetos.

A conferência é organizada e promovida anualmente pelo movimento global Design for Change, presente em 35 países e que, no Brasil, é representado pelo Instituto Alana por meio do Criativos da Escola. Para dividir suas experiências, além de participar de oficinas, workshops e atividades culturais, a aluna da Bahia contará o caso do Grupo de Apoios e Conselhos (GAC), criado para reduzir os furtos dentro da escola e combater o clima de desconfiança entre os estudantes. Após a criação do grupo, o número de ocorrências escolares foi zerado e os alunos criaram um vínculo de empatia entre si, modificando por completo a convivência no ambiente escolar.

Já os estudantes do Ceará garantiram o reconhecimento de seu trabalho ao construírem o primeiro Ecomuseu da cidade, que armazena riquezas da Mata Atlântica em pleno sertão cearense. Com a ajuda de um engenheiro da comunidade, os alunos conseguiram a doação de um terreno e recursos para viabilizar a construção do museu.

As inscrições para a segunda edição do Desafio Criativos da Escola já estão abertas e, neste ano, a premiação reconhecerá 10 iniciativas em todo o país. Os interessados podem enviar não apenas projetos já finalizados como também aqueles que ainda estiverem em andamento até o dia 15 de outubro de 2016 pelo site do Criativos da Escola. Esta segunda edição do prêmio tem como parceiro o programa Parceria Votorantim pela Educação, desenvolvido pelo Instituto Votorantim.

Foto: Via Flickr

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Maria Farinha Filmes recebe homenagem inédita

Produtora do filme ‘O Começo da Vida’ é a primeira empresa brasileira a receber homenagem na ‘B The Change Media’; prêmio reconhece corporações com melhores práticas sociais e ambientais no mundo

A produtora Maria Farinha Filmes (MFF) irá receber uma homenagem da “B the Change Media” (Sistema B).  O movimento independente reúne vozes de pessoas que usam os negócios para transformar positivamente a sociedade. 

A produtora foi a única brasileira selecionada na categoria “Workers“. Essa seleção aponta 124 corporações de 15 países e em 14 áreas diferentes de atuação.

O evento de homenagem “Best for the World Celebration & Awards Ceremony”, ocorre no dia 8 de setembro, na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. O prêmio também reconhece as empresas com as melhores práticas relacionadas às comunidades, clientes e ao meio-ambiente no mundo.

Nascida no Brasil há mais de 10 anos, a Maria Farinha já produziu mais de 25 filmes, séries e outros formatos que impactaram milhões de pessoas em todo planeta. A produtora é criadora da Flow, que experimenta novas formas de distribuir para democratizar o acesso a histórias inspiradoras. Além disso, realiza campanhas de impacto social e estimula o ativismo.

Homenagem à atuação da empresa

Para receber a certificação, a empresa precisa ter altos padrões de gestão e transparência. Além disso, deve gerar benefícios sociais e ambientais, bem como passar por um rigoroso processo de avaliação. A certificação é renovada a cada dois anos, caso a empresa comprove que suas práticas e políticas de sustentabilidade estão em avanço. 

Em 2016, a MFF atingiu índices 10% superiores aos recomendados na avaliação. Um dos critérios medidos é a relação da empresa com sua força de trabalho. Os principais indicadores são remuneração, benefícios, oportunidades, flexibilidade, cultura corporativa, saúde dos trabalhadores, práticas de segurança, formação, ambiente de trabalho, entre outros.

A MFF é responsável pelo filme “O Começo da Vida”, de Estela Renner, lançado globalmente em junho de 2016. O documentário já foi exibido em 54 países. A empresa foi a primeira produtora da América Latina a receber a certificação “B Corporation” em 2013, mesmo ano de chega do Sistema B ao Brasil.

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Projetos do Alana na 6ª edição da Virada Sustentável

Renata Meirelles e Estela Renner participam de debates; Sessões de filmes do VIDEOCAMP e Feiras de Trocas de Brinquedos complementam a programação do Alana na Virada

Entre os dias 25 e 28 de agosto acontece a 6ª edição da Virada Sustentável, o maior festival de educação e mobilização para a sustentabilidade do Brasil, em São Paulo. O Instituto Alana, um dos apoiadores do evento, participará com diversas atividades desenvolvidas por seus projetos, que acontecerão em diferentes pontos da cidade durante os quatro dias da Virada.

No primeiro dia, Antonio Lovato, do projeto ‘Escolas Transformadoras’, corealizado pela Ashoka e Instituto Alana, participa do ContAí, breves rodas de conversas seguidas de interação com o público, das 17h às 18h, na Unibes. Na sequência, Estela Renner, diretora do filme ‘O Começo da Vida’, representa a Maria Farinha Filmes, parceria do Instituto Alana, no debate ‘Cinema: Luzes, câmera, mudança!’. No dia 26, Renata Meirelles, diretora do documentário ‘Território do Brincar’, participa do seminário ‘Se essa rua fosse minha’ ao lado de outros educadores na UMAPAZ, no Parque do Ibirapuera, a partir das 9h.

No dia 27, Maria Helena Masquetti, psicóloga do Instituto Alana, participa de uma roda de conversa com outros três convidados para debater a temática da alimentação, consumo e desperdício, envolvendo mulheres e jovens dos bairros Jardim Lapenna e União de Vila Nova, e alunos do Colégio Bandeirantes de São Paulo, na zona leste. A conversa começa às 13h30 no Galpão de Cultura e Cidadania, na Rua Serra da Juruoco, 102, em São Miguel.

Por meio da plataforma VIDEOCAMP, serão exibidos os filmes ‘O Começo da Vida’ (25/08 às 15h; 27/08 às 16h e 28/08 às 16h) e ‘Muito Além do Peso’ (26/08 às 15h; 27/08 às 14h e 28/08 às 14h), na Biblioteca Villa Lobos, em Pinheiros. Ainda no bairro, o Quitanda, em sua primeira participação na Virada, também realiza, no dia 28, apresentações de três filmes da Maria Farinha Filmes: ‘O Começo da Vida’, às 11h; ‘Muito Além do Peso’, às 13h; e ‘Tarja Branca’, às 15h. Para participar da programação no Quitanda, é preciso se inscrever trinta minutos antes da atividade.

Ainda na programação do VIDEOCAMP, quatro unidades da ‘Fábrica de Cultura’ apresentam sessões do filme ‘A batalha do Passinho’, uma parceria da plataforma com o diretor Emílio Domingos. As exibições acontecem no Jaçanã (24/08, às 10h), Brasilândia (26/08, às 10h), Jardim São Luís (28/08, às 15h) e Vila Nova Cachoeirinha (28/08, às 19h).

Está prevista também a realização de duas feiras de trocas de brinquedos, organizadas pelas escolas CEU Pêra Marmelo nos dias 25 e 26 de agosto, das 10h às 16h (Rua Pêra Marmelo, 226 – Jaraguá), e Garatuja Educação Infantil, no dia 27 de agosto, das 10 às 14h (Rua Campevas, 432, Perdizes).

Como muitas das atividades da Virada são ao ar livre, o Criança e Natureza, projeto do Instituto Alana, elaborou dicas para as famílias aproveitarem a experiência na natureza e potencializarem o brincar das crianças. O curta metragem ‘Criança e Natureza’, que retrata a importância desse movimento, será exibido no auditório da Biblioteca Villa Lobos, no bairro Alto de Pinheiros nos dias 26 (às 15h), 27 (às 14h) e 28 (às 14hs). Ainda na biblioteca acontecem duas sessões do filme ‘O Começo da Vida’ (dias 27 e 28, às 16h), ambas precedidas do vídeo ‘Brincando com a Natureza nas Cidades’. Além disso, há sugestões de como fazer passeios na companhia de outras famílias. O conteúdo estará disponível no site da Virada Sustentável.

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Alana e Faculdade Sumaré fecham parceria

Parceria de cooperação técnico-pedagógica entre Instituto Alana e Instituto Sumaré de Educação Superior (Faculdade Sumaré) foi assinada no dia 24 de agosto.

Instituto Alana firmou com a Faculdade Sumaré uma parceria de cooperação técnico-pedagógica a fim de contribuir com materiais para atividades de ensino-aprendizagem e formação de professores. Os livros “Criança e Consumo – 10 anos de Transformação”, “Território do Brincar – Diálogos com as Escolas”, “A Última Criança na Natureza” e os filmes “Criança, a Alma do Negócio”, “Muito Além do Peso” e “Tarja Branca” serão doados para as 10 unidades de biblioteca da faculdade pelo Instituto Alana.

Com duração inicial de um ano, a parceria prevê também a organização de cines-debates com exibição do “O Começo da Vida”, “Criança, a Alma do Negócio” e “Muito Além do Peso”, de Estela Renner, e do documentário “Território do Brincar”, de Renata Meirelles, produzidos pela Maria Farinha Filmes em parceria com o Instituto Alana. As exibições serão realizadas pela plataforma VIDEOCAMP, que disponibilizará atividades complementares dos estudantes e de planejamento das aulas para os docentes.

Veja também:
– Seminário Criança e Natureza em SP e no Rio
– Espaço Alana na 7ª edição da Semana Mundial do Brincar
– Roda de conversa: a importância da empatia na educação

Os projetos Criativos da Escola, Escolas Transformadoras, Criança e Natureza, todos permeados pela questão da educação inclusiva, servirão de estudo e tema para rodas de conversas e palestras para os estudantes dos cursos de pedagogia, letras, história e geografia das Unidades Tatuapé I, Imirim, Santo Amaro, Sumaré e Belém.

Marcos Nisti, CEO do Instituto Alana, participou da assinatura do convênio com Fernando Soria Barbosa, vice-presidente executivo da Mantenedora, Professor Dr. Ramon Casas Vilarino, diretor–geral da Faculdade Sumaré, professor Dra. Andreia Martins, coordenadora do Instituto de Educação e professora Metre Luciana Alves, coordenadora de extensão e pesquisa, também representando a instituição de ensino.

Foto: Free Images

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Prêmio Cidade da Criança anuncia vencedor

Tietê (SP) ficou em primeiro, seguido de Guarujá (SP) e Toledo (PR); o Prêmio Cidade da Criança visa reconhecer gestões que promovam boas práticas relacionadas aos direitos da criança.

A primeira edição do Prêmio Cidade da Criança, uma das categorias do Prêmio Cidades Sustentáveis, reconheceu Tietê, em São Paulo, como o município com as melhores práticas para vivência da infância entre os inscritos na competição. O Prêmio é uma iniciativa do Projeto Prioridade Absoluta, do Instituto Alana, em parceria com o Programa Cidades Sustentáveis e a Fundação Bernard van Leer (BvL).

As cidades foram anunciadas em um evento em São Paulo, no dia 24 de agosto, junto com as outras categorias do Prêmio (Bens Naturais Comuns; Cultura; Educação para a Sustentabilidade; Esporte; Governança; Mobilidade; e Saúde). A categoria Criança procurou destacar as cidades que cuidam de suas crianças por meio da implantação de política públicas e ações que lhes assegurem os direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Veja também:
– Justiça de Campinas recebe seminário ‘Primeira Infância no Estado de São Paulo’
– Relatório do Prioridade Absoluta mostra violações no transporte escolar
– Parceria com MP do Ceará busca garantir os direitos das crianças no estado

O foco em educação inclusiva e a implementação do Núcleo de Justiça Restaurativa da Educação foram algumas das ações identificadas como destaque no município de Tietê. As cidades de Guarujá (SP) e Toledo (PR) ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente. Para chegar ao resultado, foram avaliadas as boas práticas das gestões municipais inscritas e também 72 indicadores do Programa Cidades Sustentáveis, e outros relacionados aos direitos fundamentais das crianças elaborados pelo Projeto Prioridade Absoluta. O projeto Criança e Natureza, também do Instituto Alana, contribuiu com indicadores para avaliar o impacto do contato das crianças com a natureza nos municípios.

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Foto: Divulgação/ Rede Nossa São Paulo

“A iniciativa é relevante para difundir experiências nacionais bem sucedidas na garantia do cumprimento dos direitos das crianças na educação, saúde, cultura, moradia, proteção e lazer com absoluta prioridade, como estabelece o artigo 227 da Constituição Federal”, explica Isabella Henriques, diretora de Advocacy do Instituto Alana.

Oded Grajew, coordenador-geral do Programa Cidades Sustentáveis, reforçou na premiação que “as categorias são importantes para reconhecer e valorizar as boas práticas e políticas exitosas das cidades, além de servirem de estímulo e inspiração para outros prefeitos e gestores públicos do país”.

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Parcerias com governo do Ceará fortalecem direitos da criança

Com apoio do Governo do Ceará, parcerias do Alana querem sensibilizar educadores para questões relacionadas à infância, a partir da exibição do filme “O Começo da Vida” 

Para promover a defesa dos direitos da criança, o Instituto Alana fechou duas parcerias com o Estado do Ceará.  A ação ocorreu em agosto de 2016, com o objetivo de ampliar o debate sobre a educação. 

Uma das parcerias envolve o Governo do Ceará para a distribuição de 7 mil DVDs do filme “O Começo da Vida”. O material chegou até as mãos de funcionários de escolas públicas de 184 cidades do Estado. 

A segunda foi firmada entre o projeto Prioridade Absoluta, do Instituto Alana, e o Ministério Público do Ceará, por meio do Centro de Apoio Operacional da Infância.

A assinatura da parceria com o Governo do Ceará aconteceu no Palácio da Abolição, com a presença da primeira-dama do Estado, Onélia Maria Leite de Santana, e o CEO do Instituto Alana, Marcos Nisti. Estavam presentes secretários Municipais de Educação e representantes das Coordenadorias Regionais de Desenvolvimento da Educação – CREDES. 

O objetivo das ações na região é sensibilizar os educadores para questões relacionadas à infância a partir da exibição do filme de Estela Renner. As CREDES ficarão responsáveis pela organização dos encontros e distribuição dos DVDs.

Parcerias em prol da infância

No Termo de Cooperação assinado com o Ministério Público está prevista a distribuição de materiais de apoio para auxiliar na fiscalização do transporte escolar. Além disso, o documento garante a exibição do documentário para o Sistema de Justiça em Fortaleza. 

A iniciativa de incluir na pauta a questão do transporte escolar surgiu da constatação de que o serviço prestado de maneira irregular e precária resulta em sérias e recorrentes violações aos direitos das crianças.

O Prioridade Absoluta também encaminhou uma denúncia ao Ministério Público do Ceará sobre as condições precárias do transporte escolar no Estado.  e sugeriu um roteiro de atuação para auxiliar o trabalho das promotorias públicas na efetivação do direito das crianças a um transporte escolar de qualidade.

Foto: Via Flickr

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Seminário Criança e Natureza em SP e no Rio

Nos dias 13 e 15 de julho, São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente, receberam o I Seminário Criança e Natureza organizado pelo recém lançado projeto do Instituto Alana, o Criança e Natureza. Pioneiro no Brasil, o evento procurou trazer informações e reflexões sobre a importância da conexão entre a criança e a natureza sob diferentes perspectivas: educação, saúde, cidades e meio ambiente.

Nas duas cidades o Seminário contou com uma roda de conversa com especialistas, com foco nos principais fundamentos e reflexões sobre o tema, uma vivência na natureza, conduzida pelo Instituto Romã e Instituto Árvores Vivas; conversas com organizações que já promovem a conexão de crianças e jovens com a natureza; e o lançamento do livro ‘A Última Criança na Natureza’ de Richard Louv, com palestra do autor. Tanto em São Paulo, como no Rio, os Seminários contaram com Cris Velasco, educadora e contadora de histórias, como mestre de cerimônia.

Em São Paulo, no Auditório da Bienal no Parque Ibirapuera, participaram Cecilia Herzog, professora de Projeto Urbano e Paisagismo na PUC-Rio; Daniel Becker, pediatra especialista em homeopatia; e Lea Tiriba, educadora-ambientalista. Participaram também a OUTWARD BOUND BRASIL (OBB), organização educacional, pioneira mundial em educação experiencial ao ar livre; e o Programa Rede da Vaga Lume, que faz a mediação entre educadores, escolas e ONGs da cidade de São Paulo e de comunidades rurais da Amazônia Legal brasileira.

Veja também:
– Espaço Alana na 7ª edição da Semana Mundial do Brincar
– Roda de conversa: a importância da empatia na educação
– ‘O Começo da Vida’ tem estreia mundial pelo VIDEOCAMP

No Rio de Janeiro, no Teatro Tom Jobim que fica dentro do Jardim Botânico, participaram a professora de Educação Ambiental Christiana Profice; a pedagoga Maria Amélia Pinho Pereira (Peo); o médico pediatra Ricardo Ghelman; e a canadense Suzanne Crocker que documentou nove meses de sua vida, isolada com o marido e os três filhos em uma pequena cabana no meio da floresta. Ser Criança é Natural, que promove encontros para pais e filhos, onde as crianças tem um contato direto e sensível com a natureza; e o Instituto Moleque Mateiro (IMM), criado com o objetivo de proporcionar momentos de prazer e aprendizado na natureza, participaram do evento carioca.

Além dessa intensa troca de experiências, o evento contou com a presença do jornalista norte-americano e especialista em advocacy pela infância Richard Louv, que lançou a edição em português do seu livro ‘A Última Criança na Natureza’ (‘The Last Child in the Woods’), que já vendeu mais de 500 mil exemplares e foi traduzido em 15 idiomas. O autor, referência no tema, cunhou o termo não médico Transtorno do Déficit de Natureza que busca chamar atenção para o impacto negativo da falta da natureza na vida das crianças.

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Espaço Alana na 7ª Semana Mundial do Brincar

Entre os dias 23 e 27 de maio, o Espaço Alana participou da 7ª Semana Mundial do Brincar com inúmeras atividades. Na abertura do evento foi realizado, no Jardim Pantanal, o 1º Painel Infância e Ludicidade, que reuniu educadores de São Miguel Paulista e região, para uma sensibilização sobre a importância do brincar, com a exibição do filme “Território do Brincar”. Ao longo da semana oficinas, jogos, exposição fotográfica, atividades físicas e um sarau intergeracional aconteceram no Espaço Alana.

O tema desta edição da Semana Mundial, “O Brincar que Encanta o Lugar”, buscou provocar uma reflexão sobre o poder que as crianças têm de encantar os lugares em que o brincar acontece. Além de sensibilizar e conscientizar os adultos sobre a importância do brincar e refletir sobre os impactos das consequências de haver cada vez menos tempo para isso na infância.

Durante a semana foi a vez das crianças se divertirem com jogos, oficinas de brinquedos e atividades lúdicas. No dia 25, foi celebrado o Dia do Desafio, em parceria com o SESC Itaquera, com performances de dança esportiva e circuito de recreação. Para encerrar as atividades da Semana, no dia 27, aconteceu o Sarau Cultural, que tem o apoio do Projeto Continuar, Cia. No Baú da Boneca e Grupo Poetas do Tempo.

O Slowkids, iniciativa da Respire Cultura com o apoio do Instituto Alana, também fez parte da Semana Mundial do Brincar, no dia 29, no Parque Villa Lobos, zona oeste de São Paulo.

Veja também:
– Roda de conversa: a importância da empatia na educação
– Redes contra retrocesso nos direitos das crianças
– ‘O Começo da Vida’ tem estreia mundial pelo VIDEOCAMP

Foto: Divulgação/ Instituto Alana

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Roda de conversa: a importância da empatia na educação

Por Mariana Antonieta Prado/ Escolas Transformadoras

No dia 19 de maio, aconteceu no espaço Crisantempo uma roda de conversa que reuniu 15 especialistas de diversas áreas para discutir o conceito de Empatia, uma das quatro competências necessárias para a formação de sujeitos transformadores.

O objetivo do evento foi construir, coletivamente, um entendimento sobre a importância da empatia como um valor e como uma competência que pode ser aprendida e cultivada na escola. Isso se insere  em um contexto de transformação de visões sobre a educação que observamos no Brasil e no mundo onde a atenção volta-se para a formação integral em que habilidades, tal como as socioemocionais, que por tanto tempo estiveram fora dos muros das escolas, hoje são valorizadas.

Além desses especialistas, outras cem pessoas estiveram  presentes, entre elas, diretores ou coordenadores de institutos e fundações de educação, líderes de sindicatos e secretarias de educação, editores de veículos da mídia especializados, diretores e membros de comunidades escolares. O evento foi filmado e transmitido ao vivo parapara cerca de 1160 de 229 cidades e 16 países.

Renato Janine Ribeiro, professor titular de Ética e Filosofia da FFLCH-USP e ex ministro da educação, abriu o evento explorando os conceitos de “paixão, compaixão razão e  educação”, tal como o filósofo Rousseau os aprofundou em suas obras.

Ana Cláudia Leite e Flávio Bassi, mediadores da conversa e líderes do programa Escolas Transformadoras, partindo da premissa de que a empatia pode ser aprendida e cultivada e que ela é a base para a formação de crianças transformadoras, iniciaram o debate  com duas perguntas: Quais são as principais implicações dessas premissas para a educação? Quais estratégias e ações podemos pensar juntos para ajudar a criar e/ou ampliar a demanda social por uma educação que equacione empatia com transformação social (por exemplo, como influenciar os pais para que promovam e esperem isso da educação de seus filhos, faculdades de educação para que incorporem em sua formação docente, governos para que esteja previsto nas políticas públicas, comunicadores para que pautem essa discussão na sociedade, etc.)?

Luciana Fevorini (Colégio Equipe), Sílvia Carneiro (Escola Amigos do Verde) , Sônia Ribeiro (Escola Luiza Mahin), Ana Elisa (E.M. Des. Amorim Lima), Maria Amélia (Colégio Viver), Kátia e Marcos (CIEJA Campo Limpo),  líderes das equipes das escolas reconhecidas pelo programa,  participaram da roda de conversa, representando a rede das Escolas Transformadoras. Trouxeram para a conversa a realidade cotidiana das escolas, ilustrando com exemplos como, de fato, é de responsabilidade dos educadores propiciar condições para que a Empatia seja vivenciada e aprendida dentro da escola.

Segundo Maria Amélia, diretora do Colégio Viver, é equivocado achar que a criança é naturalmente empática: “dentro da escola, em uma situação de conflito, é muito difícil fazer com que a criança se coloque com a cabeça do outro em uma situação adversa da dele. A empatia tem que ser desenvolvida e tem mecanismos para se fazer isso. É um exercício constante que cada vez mais deixa de existir em nossa sociedade, nas famílias, nas ruas. Quando eu era pequena, a gente brincava em uma rua que existia mais diversidade. Hoje tudo é mais setorizado e isso dificulta o exercício de se colocar no lugar do outro”, disse.

Leia a publicação composta por nove artigos e um poema aqui.

Assista ao vídeo abaixo e confira como foi este encontro inspirador!

Foto: Rodolfo Goud