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Alana participa de celebração dos 40 anos da Child Rights Connect e leva à ONU a perspectiva dos direitos de crianças do Sul Global

Agenda internacional na ONU fortalece o compromisso do Alana por um mundo onde as crianças brasileiras e do Sul Global sejam protegidas, ouvidas e tenham seus direitos respeitados

75% das crianças do planeta vivem no Sul Global, o que reforça a necessidade de considerar suas especificidades e de seus territórios em espaços de tomada de decisão. Com isso em perspectiva, o Alana esteve em Genebra, na Suíça, entre os dias 18 e 26 de maio, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), para compromissos de incidência internacional pelos direitos de crianças e adolescentes. 

Mas por que dar atenção especial às infâncias brasileiras e do Sul Global? Porque são elas que enfrentam os primeiros e mais severos impactos da emergência climática, por exemplo. 9 em cada 10 crianças na América Latina e no Caribe estão expostas a pelo menos dois choques climáticos e ambientais, como ciclones e ondas de calor, segundo o Unicef. Além disso, são elas as mais afetadas por desigualdades sociais, educacionais e econômicas que violam seus direitos fundamentais, os quais devem ser garantidos com prioridade absoluta. As crianças do Sul Global não apenas enfrentam o maior impacto dessas questões, mas também oferecem perspectivas distintas e inovadoras e devem ser vistas como agentes de mudança na construção de soluções.

“Enquanto organização da sociedade civil brasileira que possui status consultivo no Conselho Econômico e Social (ECOSOC), estar presente na sede da ONU em Genebra permite que o Alana consolide a sua atuação perante à comunidade internacional e contribua para a garantia de direitos de crianças e adolescentes globalmente”, comenta Letícia Carvalho, advogada e assessora internacional do Alana. 

A agenda em Genebra foi impulsionada pelo evento de celebração dos 40 anos da Child Rights Connect, a maior rede de organizações do mundo que atua em prol dos direitos das crianças. Vale ressaltar que o Alana é a única organização da sociedade civil brasileira presente neste grupo

O evento (disponível em inglês), que teve como tema central o protagonismo das crianças na promoção de mudanças positivas para a garantia de seus direitos, contou com a presença do Alto Comissário da ONU, Volker Türk, de membros do Comitê dos Direitos da Criança, e da ativista adolescente brasileira Catarina Lorenzo, que faz parte do Child Advisory Team, grupo formado por crianças e adolescentes que atuam como consultores da rede.

É também em Genebra que acontecem encontros do Comitê dos Direitos da Criança, em que especialistas independentes atuam para revisar a implementação da Convenção sobre os Direitos da Criança nos Estados. O tratado foi ratificado por 196 países, incluindo o Brasil, e é o instrumento de direitos humanos mais aceito na história, sendo que apenas os Estados Unidos não se comprometeram a segui-lo.

O Comitê dos Direitos da Criança também elabora comentários gerais — documentos que desempenham um papel fundamental na ampliação dos conceitos e entendimentos da Convenção —, abordando temas específicos e detalhando a aplicação prática do tratado. Neste ano, o Comitê irá lançar o Comentário Geral nº 26 sobre os direitos das crianças e o meio ambiente, com foco especial nas mudanças climáticas. 

Em encontro com Ann Skelton, que assumiu a presidência do Comitê pelos próximos dois anos, o Alana, que participou do debate regional latinoamericano realizado em Buenos Aires em 2022 sobre a elaboração do comentário, reforçou as contribuições enviadas para que os direitos de crianças mais vulnerabilizadas pelos impactos da emergência climática sejam considerados no documento. 

“Essa agenda internacional foi fundamental para identificarmos toda a potência da atuação na proteção e na garantia de direitos de crianças e adolescentes com prioridade absoluta à nível global, considerando a perspectiva única do Sul Global”, conclui Letícia Carvalho. 

– Leia também: Comentário Geral 26: proteção global para as crianças e para o clima

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Representantes do Alana são nomeados para compor grupo do Ministério da Educação de especialistas em violência contra escolas 

Coordenadores das áreas de educação e jurídica do Alana, junto de outros especialistas, irão apoiar o governo federal na elaboração de políticas de proteção ao ambiente escolar; casos de violência nas escolas têm aumentado no país desde 2019

Ataques de violência extrema contra comunidades escolares estão em alta no Brasil, revelam dados de uma pesquisa inédita do Instituto Sou da Paz. O estudo, que analisou 24 ataques ocorridos em instituições de ensino em todo o país desde o primeiro registro, em outubro de 2002, até abril de 2023, mostra que ocorreram seis ataques em escolas apenas em 2022, e outros seis no primeiro quadrimestre deste ano. 

Casos de violência em ambientes escolares, que infelizmente se repetiu na última semana, ocasionando na morte de dois estudantes em Cambé, no Paraná, exigem medidas urgentes do poder público, além de soluções de médio e longo prazo. Para responder a esses desafios, Ana Claudia Cifali, coordenadora da área jurídica do Alana, e Gabriel Salgado, coordenador da área de educação do Alana, aceitaram o convite para participar do Grupo de Trabalho de especialistas em violência contra escolas do Ministério da Educação (MEC), sob coordenação da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi). A nomeação foi anunciada no Diário Oficial da União no dia 12 de junho.

O grupo, composto por 68 membros da sociedade civil, irá apoiar o MEC na formulação de políticas de proteção ao ambiente escolar e auxiliar na escuta de demais atores da sociedade civil sobre o tema de violência nas escolas. 

“Recebemos com muito pesar a notícia de mais um ataque a tiros em uma escola nesta semana no estado do Paraná. O aumento de casos como este reflete questões profundas e complexas que temos que combater enquanto sociedade, envolvendo o extremismo, uma cultura violenta, machista, capacitista, racista e homofóbica. Também manifesta os riscos do ambiente digital para crianças e adolescentes e a nossa responsabilidade em protegê-los também nesse espaço. A atuação nesse GT é um convite ao compromisso para fortalecermos, enquanto sociedade civil, e junto com o poder público, o tipo de escola que queremos: um espaço seguro, inclusivo e democrático”, comenta a coordenadora jurídica Ana Claudia Cifali.

Além disso, os representantes do Alana reforçam a importância do comprometimento de toda a sociedade pela paz nas escolas. “É fundamental aprendermos com o que já deu certo para agirmos coletivamente e não aceitarmos alternativas que, além de ineficientes, podem agravar o problema. Será por meio do diálogo e da solidariedade — e não por meio de medidas de militarização e vigilância — que conseguiremos combater esse problema”, reforça o coordenador de educação Gabriel Salgado.

– Veja também: Como enfrentar a barbárie e educar para a solidariedade?

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Alana contribui em plataforma da ONU de acompanhamento e revisão da Agenda 2030 trazendo recorte dos impactos da Covid-19 às infâncias

Como organização com status consultivo, Alana envia submissão para Fórum da ONU que avalia, anualmente, o progresso dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS); em 2023, tema de análise é a recuperação da Agenda 2030 no contexto pós-pandemia 

Embora os indígenas representem apenas 0,5% da população brasileira, 4,4% das crianças que morreram de Covid-19 no país eram de povos originários. Crianças negras também foram afetadas de forma desproporcional na pandemia, com maiores taxas de mortalidade e de perda de mães, pais ou cuidadores.

Esse cenário revela que meninos e meninas, mesmo que tenham menor probabilidade de mortalidade de Covid-19 do que outras faixas etárias, fazem parte do grupo mais vulnerável a impactos de crises como a do coronavírus. Crianças são sujeitos em peculiar condição de desenvolvimento, e crises sanitárias como esta podem afetá-las com possíveis consequências para toda a vida. 

O decreto do fim da emergência da pandemia alerta para desafios ainda postos, como a necessidade de recuperar a aprendizagem das crianças nas escolas, e efeitos que permanecerão presentes em suas vidas, como o aumento no número de órfãos no Brasil e no mundo. É com esse olhar que o Alana buscou contribuir e dar atenção especial à garantia dos direitos às infâncias brasileiras no High-Level Political Forum (HLPF), o Fórum Político de Alto Nível da Organização das Nações Unidas (ONU). 

O Fórum é realizado anualmente para avaliar o progresso dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma agenda mundial composta por objetivos e metas a serem atingidos até 2030, com ações previstas em áreas como educação, segurança alimentar e redução das desigualdades.

Neste ano, a partir do tema Accelerating the recovery from the coronavirus disease (COVID-19) and the full implementation of the 2030 Agenda for Sustainable Development at all levels (“Acelerando a recuperação da epidemia do coronavírus (Covid-19) e a plena implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável em todos os níveis”, em português), o Alana deu sua primeira contribuição nessa avaliação, no caráter de organização com status consultivo. As submissões, que são enviadas por escrito, devem ser levadas em consideração em discussões da ONU. 

Na submissão do Alana, foram destacados o impacto da má gestão da pandemia nos direitos de crianças e adolescentes, com o aumento de desigualdades no acesso à educação e, como mencionado, o aumento de crianças órfãs e os impactos específicos nos direitos de crianças brasileiras negras e indígenas.

Vale lembrar que o Brasil entrou – negativamente – em evidência no cenário mundial da pandemia por ser o segundo país com mais mortes por Covid-19 de crianças na faixa de 0 a 9 anos. Esses dados estão presentes no Dossiê Infâncias e Covid-19: os impactos da gestão da pandemia sobre crianças e adolescentes, publicado pelo Instituto Alana em 2022.

No final do documento enviado à ONU, o Alana sugere medidas a serem aplicadas, como garantir a implementação da Convenção Sobre os Direitos da Criança; fortalecer as políticas de saúde pública para fornecer acesso prioritário às crianças; implementar uma estratégia multidimensional para combater a fome e a insegurança alimentar, entre outras.

“As consequências da má gestão da pandemia de Covid-19 no Brasil são inúmeras e impactam fortemente o desenvolvimento das crianças. Considerando que estamos em um momento de recuperação, é dever do Estado brasileiro colocar crianças, sobretudo, negras e indígenas, em primeiro lugar”, comenta Letícia Carvalho, advogada do Instituto Alana. 

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Crianças devem ser protegidas de publicidade ilegal de armas e munições promovida por empresas

Peças publicitárias veiculadas pela Taurus, fabricante de armas e munições, desrespeita o dever compartilhado de proteger crianças contra qualquer forma de violência

A exposição de crianças a armas apresenta uma série de riscos à sua vida e ao seu desenvolvimento integral, com consequências negativas que vão desde a naturalização do uso desse tipo de produto a ameaças à segurança e à saúde de meninos e meninas. 

A cada 60 minutos uma criança ou adolescente morre no Brasil em decorrência de ferimentos por arma de fogo, revela um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Segundo a análise, a cada duas horas, em média, uma criança ou adolescente dá entrada em um hospital da rede pública de saúde com ferimento por disparo de algum tipo de arma. 

“Crianças devem ser protegidas contra qualquer forma de violência. A Constituição Federal assegura que elas devem ter seus direitos garantidos e efetivados com prioridade absoluta e atribui responsabilidade compartilhada entre Estado, família e sociedade, inclusive empresas, para a salvaguarda desses direitos”, afirma Ana Claudia Cifali, coordenadora jurídica do Instituto Alana. 

À vista disso, o Instituto Alana elaborou um parecer em apoio à argumentação de uma ação civil pública proposta pela Comissão Arns, IDEC e Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), que questiona uma campanha publicitária da Taurus, fabricante brasileira de armas de fogo. 

O patrocínio de anúncios em redes sociais e no site da fabricante para a ampliação de vendas de armas e munições, produtos de comercialização restrita, é considerado propaganda ilegal e abusiva, compromentendo o dever de garantia de cuidado e proteção, com prioridade absoluta, no que diz respeito aos direitos de crianças e adolescentes.

Isso porque vídeos e fotos desse caráter são totalmente inadequados para figurarem em perfil aberto em redes sociais que podem ser acessadas por crianças a partir de 13 anos (conforme termos de uso de redes sociais), sendo, portanto, publicações violadoras de direitos. 

Vale lembrar que, ainda que os termos de uso de redes como TikTok, Instagram e Facebook vedem a utilização da plataforma por pessoas com menos de 13 anos, elas são largamente utilizadas pelo público infantil.

Atualmente, grande parte das crianças e dos adolescentes estão no ambiente digital. Em 2017, 1 a cada 3 usuários na internet era uma criança, segundo dados do UNICEF. Em termos comparativos, os jovens são a parcela da população mais conectada, e, por vezes, estão nesses ambientes distantes do acompanhamento e moderação de seus pais, mães ou responsáveis, ou seja, é essencial protegê-los de uma exposição prejudicial ao utilizarem essas tecnologias.

Ao navegarem em espaços digitais que não são apropriados para suas idades, crianças, em especial, podem correr riscos diversos. Para além daqueles que costumamos instantaneamente pensar, como contatos maliciosos, discurso de ódio, formas de praticar suicídio ou automutilação, pornografia, uso de drogas e violência, também há outros tão danosos quanto esses mencionados, mas menos debatidos, como o acesso a conteúdos comerciais inadequados para suas idades, caso em que enquadram-se os armamentos e munições. 

61% das crianças e adolescentes de 11 a 17 anos relataram já ter tido contato com publicidade nas redes sociais, aponta a pesquisa TIC Kids Online de 2021

“Por isso, é imprescindível discutir como a publicidade digital de armas e munições afeta, além dos usuários adultos, as crianças e adolescentes que comprovadamente também estão nas redes sociais, sites e plataformas digitais e cujos direitos devem ser respeitados com prioridade absoluta”, afirma Ana Cifali.

As publicações veiculadas pela empresa são expressamente proibidas pelo Estatuto do Desarmamento, que prevê o veto da veiculação de propaganda que promova o uso indiscriminado de armas de fogo.

Além disso, o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) prevê a proteção de crianças de toda a comunicação, mercadológica ou não, que promova o uso de armas de fogo, ao estabelecer, em seu artigo 79, que todas as “revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família.”

Mais amplamente, o ECA garante também a proteção da criança contra qualquer forma de violência (art. 5º), bem como a efetivação plena de seu direito à educação (art. 4º) e à vivência de condições plenas para seu desenvolvimento (art. 3º).

A ampla dispersão de armas de fogo e munições na sociedade brasileira também provoca efeitos irreparáveis no direito de convivência familiar de crianças e adolescentes. Para além da mortalidade desse público, o armamento da população amplia a mortalidade geral, sendo inegável que terá como efeito a morte de pessoas que são mães, pais e cuidadores, o que, consequentemente, eleva os índices de orfandade e acolhimento institucional ou separação entre pais e filhos, sejam as vítimas civis ou policiais. 

Ainda, impede que crianças possam usufruir de forma mais livre da convivência comunitária e social, de ir e vir e de brincar em espaços públicos e escolares impactados por uma guerra deflagrada por tiros e balas em muitas comunidades brasileiras.

Enquanto empresa brasileira, a Taurus compartilha do dever de proteger as crianças de qualquer forma de violência, inclusive aquela incitada pelas armas.

“Aqui também está em jogo o direito basilar do ser humano: a vida. O homicídio é a principal causa de mortalidade juvenil, responsável pela parcela de 55,6% das mortes de jovens entre 15 e 19 anos. Em números absolutos, o Brasil é o país do mundo, sem guerras declaradas, que mais vitima pessoas de até 19 anos em homicídios”, finaliza Ana Cifali.

Confira o posicionamento do Instituto Alana na íntegra.

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Composição da Banda Alana é selecionada entre mais de 50 iniciativas pelo mundo para ser apresentada no Carnegie Hall

Canção composta durante oficinas de música de projeto piloto realizado pela Banda Alana, em parceria com famílias em situação de vulnerabilidade social, foi apresentada no concerto anual da mais famosa casa de espetáculos dos Estados Unidos, o Carnegie Hall

Uma música da Banda Alana – iniciativa do Instituto Alana desenvolvida na zona leste de São Paulo – foi selecionada entre mais de 50 iniciativas para o concerto anual do Carnegie Hall, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, realizado em 3 de junho. A canção foi produzida durante as oficinas do projeto piloto chamado Lullaby (canção de ninar, em inglês), realizado com famílias de Jundiaí, em São Paulo, que vivem em situação de vulnerabilidade social.

O Lullaby convida gestantes, novos pais e mães para compor e cantar músicas de ninar personalizadas para seus filhos, com o apoio de artistas profissionais.

O espetáculo no Carnegie Hall, que celebra as composições escritas por famílias da cidade de Nova Iorque, contou com uma seleção de três músicas internacionais, bem como as histórias por trás das letras e melodia, da comunidade de pais e mães, compositores e parceiros globais da iniciativa – que, no caso da Banda Alana, revelou a história da mãe Rejane Lima e de suas filhas, Letícia e Nicolly.

A iniciativa, trazida ao Brasil pelo Alana em parceria com a Bernard van Leer Foundation, a Prefeitura de Jundiaí e com realização da Banda Alana, busca promover a saúde mental materna, o desenvolvimento infantil e o fortalecimento do vínculo entre pais e filhos.

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Um prêmio para mapear a biodiversidade

O XPrize Rainforest | Alana está em sua etapa semifinal: em Singapura, 13 equipes vão testar diferentes tecnologias para mapear a biodiversidade de florestas tropicais e, no final, o prêmio entregará 10 milhões de dólares aos vencedores.

Quantos tipos de plantas, animais e microrganismos você acha que existam no planeta? Sabe-se que cientistas conseguiram mapear cerca de 1,5 milhão de espécies, no entanto, pesquisas estimam que convivemos com cerca de 9 milhões tipos de fauna e flora que ainda não conhecemos. Isso significa que mais de 80% da biodiversidade do planeta é desconhecidas e não foi catalogada.

Descobrir e proteger a imensa variedade que existe nessas florestas é essencial para a sobrevivência da humanidade. Afinal, da preservação da biodiversidade dependem o ar que respiramos, a comida que comemos e os remédios que nos curam, entre muitos outros elementos.

Para colaborar com esse grande desafio da humanidade, a Alana Foundation está patrocinando o prêmio XPrize Rainforest | Alana: uma competição mundial para desenvolver novas tecnologias que vão mapear um pouco mais a biodiversidade nas florestas tropicais. E além de milhões de possibilidades que ainda nem descobrimos, o que impulsiona mais e mais essa busca é saber que nas florestas estão respostas para perguntas que nem formulamos.

O que é o prêmio XPrize Rainforest | Alana?

No valor de 10 milhões de dólares, o prêmio tem duração de 5 anos e incentiva equipes a desenvolverem soluções e tecnologias autônomas para o mapear a biodiversidade das florestas tropicais no mundo. Para vencer a competição, uma equipe precisará pesquisar a maior biodiversidade contida em 100 hectares de floresta tropical em 24 horas e fornecer os conhecimentos mais impactantes em 48 horas. Das 25 equipes inscritas inicialmente, 13 foram selecionadas para as semifinais e se encontraram em Singapura em 24 de maio. A proximidade de florestas tropicais aliada aos recursos da cidade será essencial para fazer os primeiros testes das tecnologias, que devem ser expansíveis e acessíveis.

Quadro que ilustra os números do XPrize Rainforest, com suas 4 etapas, 9 conselheiros e 9 jurados, 10 milhões de dólares em prêmios e equipes de 18 países competindo

As equipes bem-sucedidas nas semifinais passarão a testar suas tecnologias em um local remoto, com menos recursos. O XPrize Rainforest | Alana beneficia não só o Brasil, que possui a maior floresta tropical do mundo, mas também outros 9 países na América Latina, África e Ásia. Mapear a biodiversidade das florestas tropicais é importante para criar mais oportunidades para todos. “Agora é a hora de fazer investimentos ousados ​​na conservação da biodiversidade do nosso planeta e apoiar nossas comunidades indígenas e locais. O prêmio gerará dados e conhecimentos críticos para a preservação de nossas florestas tropicais, sua cultura e pessoas, que são essenciais para estabilizar o clima da Terra”, disse Ana Lúcia Villela, fundadora e presidente da Alana Foundation.

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Por que a biodiversidade é importante para as crianças

22 de maio é o Dia Internacional da Biodiversidade, uma data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para reforçar a importância de proteger a enorme variedade de animais, plantas, microrganismos, ecossistemas e seres vivos que habitam o mundo. E, quando falamos sobre as infâncias de todo mundo, precisamos pensar em qual a importância da biodiversidade para o presente e o futuro das crianças.

O que está acontecendo com a biodiversidade?

Segundo o relatório Living Planet, produzido pelo WWF, o mundo perdeu 69% da vida selvagem nos últimos 40 anos. De acordo com a ONU, hoje, cerca de 25% de todas as espécies animais e vegetais do mundo estão ameaçadas de extinção. Essas constatações são extremamente preocupantes e têm implicações em diversos campos.

A natureza é responsável pela polinização, que nos garante alimentos, pela purificação do ar e da água, pela regulação do clima, entre outros. Sem a preservação da biodiversidade, todos esses aspectos são colocados em risco, o que pode gerar graves consequências para a saúde humana e para a economia. Preservá-la é fundamental para manter o equilíbrio ecológico da Terra e garantir nossa sobrevivência.

Além disso, a perda de biodiversidade afeta diretamente a cadeia alimentar e a segurança alimentar. A degradação dos ecossistemas e a perda de habitats naturais reduzem a disponibilidade de alimentos e aumentam a vulnerabilidade de comunidades que dependem diretamente da natureza para sobreviver. A perda de espécies e ecossistemas pode levar também à diminuição da produção agrícola, à propagação de doenças e também à perda de empregos em setores tão diversos como o turismo e a pesca. 

Biodiversidade e crianças

Em meio a toda essa grande crise mundial estão as crianças. Elas são as mais vulneráveis aos efeitos causados pela perda da biodiversidade, e sofrem as consequências relacionadas a:

  • Acesso a comida: a devastação dos solos, o desequilíbrio da cadeia alimentar com o desaparecimento de animais e insetos polinizadores reduz a quantidade de alimentos fundamentais para o desenvolvimento físico e mental das crianças;
  • Qualidade da água: a vegetação e a fauna originais são essenciais para que exista água potável no planeta, o que afeta diretamente as crianças, pois a cada dois minutos uma criança morre por doenças causadas por água contaminada;
  • Contato com a natureza: as crianças estão vivendo em cidades cada vez maiores com escassez de espaços verdes e com difícil acesso aos que existem. Com isso, conhecem menos a biodiversidade do planeta – fundamental para a sua qualidade de vida, e para desenvolver o senso de pertencimento e cuidado com a natureza.

Como reverter a perda de biodiversidade

Já sabemos que é necessário implementar políticas de conservação ambiental efetivas, promover práticas sustentáveis e incentivar a restauração de ecossistemas degradados. A criação de áreas protegidas e a regulamentação do uso dos recursos naturais são medidas importantes para a conservação da biodiversidade. Tanto quanto a adoção de práticas agrícolas sustentáveis, como a agroecologia e a agricultura orgânica, para reduzir o impacto da atividade humana sobre a natureza.

Outra estratégia essencial é a restauração de áreas degradadas. A recuperação de ecossistemas pode ser feita por meio do plantio de mudas e da promoção da regeneração natural. Mas para que tudo isso aconteça, precisamos ter clareza sobre a importância da biodiversidade e entender que a natureza não é uma fonte de recursos infinita, que precisamos reduzir nossa pressão. Se quisermos sobreviver, e entregar, no presente, um futuro às nossas crianças.

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Alana firma assinatura pelo compromisso das empresas com os direitos de crianças e adolescentes

A assinatura visa fortalecer o engajamento de empresas com a adoção de medidas efetivas para promover os direitos de crianças e adolescentes em todas as suas atividades

Empresas também são responsáveis pela garantia dos direitos de crianças e adolescentes. A Constituição Federal (CF) de 1988 define que crianças e adolescentes são prioridade absoluta do nosso país e proteger a infância é uma responsabilidade compartilhada por todos nós, famílias, Estado, sociedade, incluindo empresas que desempenham um importante papel nessa defesa. 

Em uma iniciativa histórica, o Alana, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), o Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) e a Coalizão Brasileira Pelo Fim da Violência Contra Crianças e Adolescentes assinaram um Protocolo de Intenções para fortalecer o compromisso do setor privado na promoção dos direitos desses grupos, como estabelece o artigo 227 da CF.

Essa assinatura representa um marco importante na defesa dos direitos da infância e da adolescência no Brasil.

O Protocolo foi assinado em 18 de maio, como uma das 18 medidas anunciadas em uma cerimônia no Palácio do Planalto conduzida pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e pelo ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, e que marcou o Dia Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes.

“O setor privado vem ampliando sua atuação no campo socioambiental, e esse olhar tem evoluído junto com a agenda ESG. Ainda assim, o entendimento de que é necessário priorizar estratégias e ações que afetem diretamente bebês, crianças e adolescentes ainda é praticamente inexistente. E essa visão é urgente. Não estamos falando do futuro, mas do presente e da raiz de todos os problemas e de todas as soluções possíveis”, afirma Mariana Mecchi, Diretora de Expansão do Alana.

Como apoio às empresas, o Protocolo inclui ações como a elaboração de um manual de prevenção e combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes nas empresas e o mapeamento de condutas danosas e de boas práticas na atuação de empresas no Brasil em temas como proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital; políticas familiares no local de trabalho, que apoiem os profissionais em seus papéis de mães, pais e cuidadores; e a eliminação do trabalho infantil em todas as cadeias de valor das empresas.

O Protocolo de Intenções está disponível neste link.

Confira como foi a cerimônia:

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O CONAMA e as crianças: Alana é eleito em nova gestão e vai representar as infâncias

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) é o principal espaço de participação nas políticas ambientais no Brasil e sua atuação tem impacto direto na saúde, no bem-estar e na garantira de direitos de todas as crianças.

Nesta semana, o CONAMA convocou as pessoas e organizações que devem participar da próxima gestão do conselho, e o Instituto Alana foi uma das instituições escolhidas para integrar o órgão. Em nome da Coalizão CliCA – Clima, Crianças e Adolescentes, o Alana entra como conselheiro titular, com a superintendente executiva do Instituto da Infância (IFAN) como suplente. 

O que é o CONAMA

Com caráter consultivo e deliberativo, esse órgão é o responsável por adotar medidas acerca do Sistema Nacional do Meio Ambiente. “Ele determina, por exemplo, normas e critérios para o licenciamento de atividades poluidoras ou potencialmente poluidoras, bem como medidas para mitigar as crises socioambientais, em especial a crise climática”, explica JP Amaral, gerente de meio ambiente e clima do Instituto Alana, que atuará como conselheiro titular. “Por isso é importantíssimo que a sociedade civil esteja representada, especialmente para defender os direitos de crianças e adolescentes, que estão entre as mais afetadas pelos impactos socioambientais”.

Como o CONAMA protege as infâncias

Por estarem ainda em desenvolvimento, as crianças têm muitos de seus órgãos, como o cérebro e os pulmões, e de seus sistemas, como o imunológico, ainda não amadurecidos. Elas também respiram mais ar, bebem mais água e ingerem mais comida por quilo de peso do que os adultos, o que as torna mais vulneráveis a problemas como poluição do ar ou da água, secas, enchentes ou ondas de calor. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 2016, mostraram que 5,6 milhões de crianças com menos de 5 anos morreram no mundo devido a doenças e condições relacionadas ao meio ambiente e que a poluição do ar atinge 99% das pessoas no planeta, matando, a cada ano, 7 milhões de pessoas (dados atualizados 2022).

– Leia também: conheça nossa atuação na garantia dos direitos das crianças e da Natureza

“Para poder incidir sobre esse tipo de problemas, gravíssimos e urgentes, é fundamental ter um assento no Conselho Nacional do Meio Ambiente, cujas reuniões são abertas a toda a sociedade”, explica JP. Além de deliberar sobre diretrizes e normas técnicas relativas à proteção do meio ambiente e ao uso sustentável dos recursos naturais, o órgão também faz recomendações e proposições sobre políticas públicas a serem adotadas, solicita a realização de estudos sobre possíveis consequências ambientais de projetos públicos ou privados e suas alternativas, e pode, ainda, determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público ou de participação em linhas de financiamento, entre outras atribuições.

“Após 4 anos de desmandos na área ambiental e da alteração do CONAMA por um decreto do antigo governo que modificou sua composição e funcionamento, é um alívio poder voltar a contar com um espaço de representação democrática e plural na defesa do meio ambiente”, diz JP. No entanto, a representatividade do conselho ainda não está totalmente resolvida. Em uma ação no STF (ADPF 623), discute-se a necessidade de igualdade no número de representantes de entidades da sociedade civil em relação aos membros do governo para o melhor funcionamento do conselho.

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Leia na íntegra: Manifesto pela proteção de crianças e adolescentes nas redes sociais

Manifesto: Regular plataformas digitais para proteger nossas crianças

O Brasil está diante de uma oportunidade única quanto à proteção e à liberdade de crianças e adolescentes na Internet, na mesma linha de outros países democráticos que já trilharam esse caminho.

Todos os poderes da República têm discutido e apresentado propostas para garantir maior responsabilização das plataformas digitais pela proteção de seus usuários, especialmente crianças e adolescentes – população mais vulnerável e que mais gravemente sofre com as violações cometidas pelas plataformas. Os recentes ataques às escolas brasileiras, crianças sujeitas à exploração e violência sexual, extremismo, exploração comercial, danos à privacidade, bullying e prejuízos à saúde mental justificam a urgência em avançarmos sobre propostas que refreiem a nossa ruína civilizatória e assegurem direitos com absoluta prioridade garantidos a crianças e adolescentes.

Crianças e adolescentes representam ⅓ dos usuários de Internet no Brasil e no mundo. De acordo com a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2022,  96% dos usuários de 9 a 17 anos acessaram a Internet todos os dias ou quase todos os dias. As redes sociais foram visitadas por 86% dos entrevistados. 

É preciso, por um lado, celebrar essa presença, que pode e precisa ser benéfica e potencializadora de oportunidades. Mas não se pode ignorar que essas plataformas, além de não terem sido pensadas para esse público, se mantém a partir de um modelo de negócio baseado na economia da atenção que busca “prender” o usuário por mais tempo na rede, na coleta e no uso de dados pessoais, que explora crianças e adolescentes – pessoas em fase única de desenvolvimento biopsicossocial. 

O desenho das redes sociais explora as hipervulnerabilidades inerentes a esse público, principalmente entre adolescentes, oferecendo conteúdos tóxicos e extremistas que tendem a engajar mais, como desinformação, discurso de ódio e publicidade desenfreada

Por isso, a proteção integral e prioritária dos direitos fundamentais de crianças e adolescentes e o melhor interesse dessas pessoas devem ser parâmetros dos serviços das plataformas, com a adoção de medidas para assegurar sua privacidade, proteção de dados e segurança. Precisamos de direitos das crianças por design.

As principais democracias do mundo já contam com medidas regulatórias sobre o ambiente on-line, e em todas elas a proteção de crianças e adolescentes está presente. E isso não é censura, ao contrário: é uma medida importante para garantir que sua liberdade seja exercida de forma responsável e em respeito aos direitos dos demais usuários.

As crianças, os adolescentes, as famílias e a comunidade escolar não podem ser abandonadas pelo Estado brasileiro! As empresas, por meio de seus produtos e serviços, são parte da sociedade e devem ser igualmente responsáveis pela proteção de nossas crianças e adolescentes em todos os espaços – inclusive na Internet.