Representantes do Alana são nomeados para compor grupo do Ministério da Educação de especialistas em violência contra escolas 

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Coordenadores das áreas de educação e jurídica do Alana, junto de outros especialistas, irão apoiar o governo federal na elaboração de políticas de proteção ao ambiente escolar; casos de violência nas escolas têm aumentado no país desde 2019

Ataques de violência extrema contra comunidades escolares estão em alta no Brasil, revelam dados de uma pesquisa inédita do Instituto Sou da Paz. O estudo, que analisou 24 ataques ocorridos em instituições de ensino em todo o país desde o primeiro registro, em outubro de 2002, até abril de 2023, mostra que ocorreram seis ataques em escolas apenas em 2022, e outros seis no primeiro quadrimestre deste ano. 

Casos de violência em ambientes escolares, que infelizmente se repetiu na última semana, ocasionando na morte de dois estudantes em Cambé, no Paraná, exigem medidas urgentes do poder público, além de soluções de médio e longo prazo. Para responder a esses desafios, Ana Claudia Cifali, coordenadora da área jurídica do Alana, e Gabriel Salgado, coordenador da área de educação do Alana, aceitaram o convite para participar do Grupo de Trabalho de especialistas em violência contra escolas do Ministério da Educação (MEC), sob coordenação da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi). A nomeação foi anunciada no Diário Oficial da União no dia 12 de junho.

O grupo, composto por 68 membros da sociedade civil, irá apoiar o MEC na formulação de políticas de proteção ao ambiente escolar e auxiliar na escuta de demais atores da sociedade civil sobre o tema de violência nas escolas. 

“Recebemos com muito pesar a notícia de mais um ataque a tiros em uma escola nesta semana no estado do Paraná. O aumento de casos como este reflete questões profundas e complexas que temos que combater enquanto sociedade, envolvendo o extremismo, uma cultura violenta, machista, capacitista, racista e homofóbica. Também manifesta os riscos do ambiente digital para crianças e adolescentes e a nossa responsabilidade em protegê-los também nesse espaço. A atuação nesse GT é um convite ao compromisso para fortalecermos, enquanto sociedade civil, e junto com o poder público, o tipo de escola que queremos: um espaço seguro, inclusivo e democrático”, comenta a coordenadora jurídica Ana Claudia Cifali.

Além disso, os representantes do Alana reforçam a importância do comprometimento de toda a sociedade pela paz nas escolas. “É fundamental aprendermos com o que já deu certo para agirmos coletivamente e não aceitarmos alternativas que, além de ineficientes, podem agravar o problema. Será por meio do diálogo e da solidariedade — e não por meio de medidas de militarização e vigilância — que conseguiremos combater esse problema”, reforça o coordenador de educação Gabriel Salgado.

– Veja também: Como enfrentar a barbárie e educar para a solidariedade?