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Criança e Consumo celebra 10 anos de atuação

Evento no Tucarena, em São Paulo, comemorou os 10 anos do projeto e reuniu diversos amigos e parceiros importantes dessa trajetória.

Foram 10 anos de luta, histórias, discussões e conquistas. Nessa última década, o tema do consumismo infantil e a bandeira do fim da publicidade dirigida às crianças foram colocados em discussão pelo projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, ao lado de inúmeros parceiros. Para celebrar essa trajetória, amigos, conhecidos e interessados no debate participaram do evento comemorativo de 10 anos do projeto, no dia 14 de abril de 2016, no Tucarena, em São Paulo. Um momento para relembrar, compartilhar novos caminhos e também de reencontrar antigos companheiros.

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– Decisão histórica: STJ proíbe publicidade dirigida às crianças
– Criança e Consumo é “história de sucesso” no Congresso da CI
– Um novo Dia das Crianças: assista às entrevistas online

Durante o evento foi lançado o livro Criança e Consumo – 10 anos de Transformação, que traz artigos, na sua maioria inéditos, de conselheiros do projeto e especialistas que auxiliam na construção dessa história. Para coroar o momento, os conselheiros presentes participaram de uma roda de conversa mediada pela jornalista Maria Cristina Poli, na qual levaram seus olhares multidisciplinares para a questão do consumismo infantil seus impactos não somente no desenvolvimento infantil, mas na sociedade, nas famílias, no meio ambiente e na economia. (Leia mais sobre o debate aqui). Na abertura, o Grupo Teatro Livre apresentou cenas da peça Homo Shoppiens, que questiona a sociedade de consumo em que vivemos e a condição de estarmos imersos nesta lógica.

Nesse momento comemorativo e de reflexão, o Criança e Consumo segue trabalhando para ampliar o debate sobre consumismo infantil e seus impactos sociais, ambientais e econômicos nos mais diferentes âmbitos e regiões do país fazendo valer os direitos de nossas crianças.

Vida longa ao Criança e Consumo!

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Brincadeiras invadem o Espaço Alana na Viradinha

Espaço Alana virou um grande palco para palhaçadas, músicos e personagens de diversas histórias no último sábado (26/03) com a Viradinha. A programação infantil, que faz parte do Circuito Municipal de Cultura, levou ao Espaço no Jardim Pantanal, zona leste de São Paulo, diversão e brincadeira para as crianças da região.

O palhaço Benedito Fri Fri com sua apresentação do “Cordel do Benedito” recitou contos de sua autoria. Entre uma risada e outra, as crianças se divertiram também com o teatro de mamulengo do Mestre Valdeck de Garanhuns, “O Casamento de Simão e Marieta”.

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Foto: Espaço Alana

Ao longo do dia, o grupo Recreart realizou oficinas de horta e fantasia com os pequenos, além de atividades com corda, bolinha de gude e túnel de pano.

As crianças também puderam brincar em dois pula pulas, pneus coloridos espalhados pelo Espaço Alana e por que não dar uma descansada nas cadeiras de praia entre uma atividade e outra?

Para encerrar esse dia pra lá de animado o Grupo Triii cantou e interagiu com as crianças e com os adultos também!

A próxima “Viradinha” está programada para junho!

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Biblioteca do Espaço Alana vence edital

O projeto Biblioteca Multiplicadora: Programação Viva e Permanente, do Espaço Alana, participou do edital de fomento a projetos sociais da Fundação Salvador Arena de 2016. Entre as 80 propostas recebidas pela entidade, o projeto do Alana foi um dos 10 selecionados.

A Biblioteca Multiplicadora foi elaborada com o objetivo de oferecer às crianças, jovens e adultos moradores do Jardim Pantanal o acesso à cultura e a prática da leitura. Com o edital, o projeto viabiliza a aquisição de novos equipamentos, materiais e livros para a Biblioteca Espaço Alana.

O Programa de Apoio a Projetos Sociais, da Fundação Salvador Arena, procura ações e iniciativas do Terceiro Setor que tenham potencial de transformação e promoção social voltadas para populações que vivem em situação de vulnerabilidade e risco social no ABC, São Paulo e outros municípios do Estado de São Paulo. O Programa oferece recursos financeiros e assessoria técnica na elaboração e no gerenciamento dos projetos sociais selecionados.

Foto: Instituto Alana

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– Duas feiras, dois espaços e muitas trocas
– Alana firma parceria e leva MIT ao Jardim Pantanal
– Jardim Pantanal comemora novo Espaço Alana

 

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Presidente do Alana fala sobre inclusão e preconceito na ONU

Ana Lucia Villela participou do evento que celebra o Dia Internacional da Síndrome de Down

Convidada a participar de um evento comemorativo na Organização das Nações Unidas (ONU), em razão do Dia Internacional da Síndrome de Down, Ana Lucia Villela, presidente do Instituto Alana, contou, na última segunda-feira (21/03), sobre os motivos que a levaram a criar, juntamente com seu marido Marcos Nisti, a Alana Foundation. Baseada nos Estados Unidos e totalmente filantrópica, a Fundação foi criada para investir em pesquisas de ponta, inovadoras e capazes de transformar o mundo.

“Nós não apenas investimos em pesquisa, mas também encorajamos pesquisadores a trabalharem com diferentes culturas e a pensar ‘fora da caixa’”, contou Ana Lucia no evento. “Um dos princípios do Instituto Alana é que todas as pessoas nascem com potenciais e, por conta dessa crença, começamos a investir em novas pesquisas voltadas também à síndrome de Down”, explicou.

Atualmente, a Alana Foundation financia um estudo que pretende avaliar o impacto social da convivência de alunos com e sem deficiência nas escolas inclusivas. “Descobrimos que crianças com síndrome de Down tendem a desenvolver certas características, como a tolerância e a compaixão, que estimulam crianças não deficientes a desenvolverem suas qualidades e habilidades”, explicou Ana Lucia durante sua fala na ONU.

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– Outro Olhar – Convivendo com a Diferença
– McKinsey exibe estudo sobre síndrome de Down na ONU

Ao longo de seu discurso, ela compartilhou, também, histórias sobre preconceito e intolerância. “Inclusão é o oposto de segregação. Preconceito é o medo do que é desconhecido. É por isso que devemos ajudar as crianças a aprender com aqueles que não são apenas semelhantes, mas também diferentes”, explicou Ana Lucia.

Crente de que todos os estudantes deveriam ter a oportunidade de aprender a respeitar os demais e a valorizar a diversidade, finalizou: “Ainda temos muito que aprender e precisamos seguir investindo nas crianças. Mas, se essa nova geração experimentar o processo de inclusão nas escolas hoje, eu acredito que será muito mais difícil encontrar intolerância amanhã”.  (Assista na íntegra aqui)

Foto: Via Free Images

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STJ proíbe publicidade dirigida às crianças em caso de 2007

O julgamento, inédito, foi da 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, relativo à campanha da Bauducco “É Hora de Shrek”; decisão impacta toda a indústria

Em decisão histórica a 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu como abusiva e ilegal a publicidade que se dirige à criança. A deliberação ocorreu nesta quinta-feira (10)  durante o julgamento da campanha “É Hora de Shrek”, de 2007, da empresa Pandurata, detentora da marca Bauducco. Nela, as crianças precisavam juntar cinco embalagens de qualquer produto da linha ‘Gulosos Bauducco’ e pagar mais R$5,00 para ganhar um relógio exclusivo do filme.

A Ação Civil Pública do Ministério Público de São Paulo teve origem na atuação do Projeto Criança e Consumo do Instituto Alana, que alegou a abusividade da campanha por se dirigir ao público infantil e o fato de se tratar de venda casada. Em 4 de julho de 2007, a empresa foi notificada pelo Criança e Consumo sobre os abusos da promoção. Na sequência, o caso foi denunciado ao Ministério Público de São Paulo com o relato das ilegalidades cometidas. O Ministério Público propôs Ação Civil Pública. Em 2013, o Tribunal de Justiça de São Paulo condenou a Pandurata ao pagamento de R$ 300 mil de indenização pelos danos causados à sociedade pela campanha publicitária de 2007. (Leia o caso na íntegra aqui)

A Pandurata recorreu e o caso chegou ao STJ. No Tribunal da Cidadania, a advogada Daniela Teixeira, representando o Alana como amicus curiae, argumentou:

“A propaganda que se dirige a uma criança de cinco anos, que condiciona a venda do relógio à compra de biscoitos, não é abusiva? O mundo caminha para frente. (…) O Tribunal da Cidadania deve mandar um recado em alto e bom som, que as crianças serão, sim, protegidas.”

O ministro Humberto Martins, relator do recurso, destacou, no voto, tratar-se de venda casada, pois “o consumidor não pode ser obrigado a adquirir um produto que não deseja”. Segundo Martins, trata-se de uma “simulação de um presente, quando na realidade estou condicionando uma coisa à outra”.

O ministro Herman Benjamin seguiu com veemência o relator:

“Temos publicidade abusiva duas vezes: por ser dirigida à criança e de produtos alimentícios. Não se trata de paternalismo sufocante nem moralismo demais, é o contrário: significa reconhecer que a autoridade para decidir sobre a dieta dos filhos é dos pais. E nenhuma empresa comercial e nem mesmo outras que não tenham interesse comercial direto, têm o direito constitucional ou legal assegurado de tolher a autoridade e bom senso dos pais. Este acórdão recoloca a autoridade nos pais.” (Leia o voto transcrito aqui. Para ouvir na íntegra clique aqui)

Por sua vez, o ministro Mauro Campbell ressaltou que o acórdão irá consignar a “proteção da criança como prioridade”, e não o aspecto econômico do caso. Campbell lembrou que o Brasil é o único país que tem em sua Carta Magna dispositivo que garante prioridade absoluta às necessidades das crianças, em todas as suas formas.

A decisão corrobora, de maneira irrefutável, o trabalho do Projeto Criança e Consumo, que completa 10 anos em 2016. “É o reconhecimento da criança como prioridade absoluta, inclusive nas relações de consumo. Esse é um grande marco para nós e traz, certamente, uma mudança de paradigma”, comemora Isabella Henriques, Diretora de Advocacy do Alana, responsável pelo projeto (Leia mais aqui).

*com informações do Migalhas

Foto: Via Flickr

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Alana nos CEUs: parceria entre o Instituto e a SME

No último dia 19 de fevereiro, aconteceu no Centro Educacional Unificado do Butantã, o evento Alana nos CEUs, fruto de um acordo de cooperação técnica entre o Instituto Alana a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo (SME). A parceria tem por objetivo contribuir para a composição cultural dos CEUs, por meio da viabilização de ferramentas disponíveis em projetos do Instituto.

Ana Carolina Volkmer, representante da Secretaria Municipal de Educação e Indira Arruda Pineda, coordenadora do CEU Butantã, abriram o evento ao público de coordenadores e professores dos CEUs. “Esta parceria com é muito importante para nós. Este é só o começo de um diálogo sobre a infância, que queremos trazer para os CEUs, com o apoio do Alana.”, ressaltou, Ana Carolina.

Ana Claudia Leite Arruda, Diretora de Educação e Cultura da Infância, fez a apresentação institucional do Alana, e na sequência, Maria Helena Masquetti, psicóloga do Instituto, e Josi Campos, coordenadora do VIDEOCAMP, falaram sobre o poder transformador do cinema e como a plataforma VIDEOCAMP, que reúne filmes que provocam, sensibilizam e inspiram, pode ser usada dentro e fora da sala de aula para gerar mudanças.

O curta Território do Brincar – Diálogos nas Escolas foi exibido, e logo após, Renata Meirelles, coordenadora do Território do Brincar, falou sobre projeto e respondeu dúvidas da plateia. Por último, Estefania Lima, representante da Feira de Trocas de Brinquedos, convidou os coordenadores e professores dos CEUs para participarem de oficinas sobre o projeto, que acontecerão durante o primeiro semestre, com o intuito de formar multiplicadores das feiras.

A plateia se mostrou muito interessada pelos temas e ferramentas apresentados. Uma das participantes declarou que a apresentação foi tão inspiradora, que a fez voltar a sonhar. “A gente morre de medo de deixar as crianças brincarem, mas o Território do Brincar é muito inspirador. Quero voltar para escola e fazer tudo diferente”, disse, uma professora presente do evento.

Foto: Renata Franco

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‘Território do Brincar’ é o mais assistido no VIDEOCAMP

Lançado na plataforma em 2015, o documentário registra, até o momento, mais de 1500 exibições públicas

Desde sua estreia no VIDEOCAMP, em maio de 2015, o documentário “Território do Brincar”, que mostra um passeio pela geografia dos gestos infantis nas brincadeiras, obteve grande sucesso, sendo o filme mais exibido pela plataforma. No Brasil, ele foi apresentado em 455 municípios de 24 estados, além de Brasília (DF). No exterior ele está circulando por Festivais de Cinema, e a partir de segundo semestre de 2016, estará disponível legendado, pela plataforma da VIDEOCAMP.

Ao longo de dois anos, os documentaristas Renata Meirelles e David Reeks percorreram diversas regiões brasileiras registrando o brincar universal de meninos e meninas de diferentes realidades. As imagens originaram o longa-metragem ‘Território do Brincar’ que nos cinemas teve mais de 5.500 espectadores. Na audiência do VIDEOCAMP, por sua vez, os números chegam a 49.100 espectadores até o momento.

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– Território lança material sobre o brincar nas escolas

Por meio do VIDEOCAMP, o longa-metragem foi exibido dentro da Floresta Amazônica, na aldeia Tuba-Tuba que fica no parque indígena do Xingu, no estado do Mato Grosso. O filme chegou também em pequenas cidades como Palmeiras Caeté Açú, localizada no Vale do Capão da Chapada Diamantina (BA), que possui 8 mil habitantes, assim como Pedra Bela (SP), cuja população é estimada em 6 mil habitantes.

O VIDEOCAMP é uma plataforma criada pelo Instituto Alana e Maria Farinha Filmes, e, além de oferecer visualizações individuais, possibilita que interessados organizem exibições públicas gratuitas de alguns títulos disponíveis. Para ter acesso, basta preencher um cadastro no próprio site.

Foto: Divulgação/ Território do Brincar

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Desenvolvimento Integral na Base Curricular Nacional

Manifesto pede que perspectiva do Desenvolvimento Integral permeie todos os pontos da Base Curricular Nacional, que está em processo de construção.

O Instituto Alana, ao lado de outras organizações da sociedade civil, assinou um manifesto que pede a inclusão do Desenvolvimento Integral de forma mais explícita e transversal na Base Curricular Nacional. O texto, produzido pelo Movimento pela Base Nacional Comum, tem o propósito de mobilizar e sensibilizar o Ministério da Educação sobre o tema, além de buscar um engajamento de outras organizações.

O documento preliminar da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) está aberto à consulta pública até dia 15 de Março e apresentará o conjunto de conhecimentos e habilidades essenciais que cada estudante brasileiro tem o direito de aprender durante a Educação Básica para se desenvolver como pessoa.

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A legislação brasileira vigente ressalta que a finalidade da educação é promover o pleno desenvolvimento do aluno (artigo 205 da Constituição Federal, artigo 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente e artigo 2 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), e que, portanto, deve contribuir em todas as dimensões, física, intelectual, social, emocional e simbólica, ao longo da trajetória escolar.

O Movimento pela Base Nacional Comum quer garantir que a BNCC contemple aprendizagens associadas a todas estas dimensões e que a educação brasileira seja orientada para o Desenvolvimento Integral. O manifesto defende ainda que esta perspectiva inspire o propósito, a concepção formativa, a abordagem das áreas do conhecimento, das etapas de ensino e dos objetivos de aprendizagem presente na BNCC.

Para saber mais acesse: http://movimentopelabase.org.br/

Foto: Free Images

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Vencedores do Desafio Criativos da Escola são premiados em SP

Em fevereiro de 2015, Wellington Nogueira, no evento do lançamento do projeto Criativos da Escola no Brasil, lançou aos convidados a seguinte pergunta: “Para onde a criatividade pode nos levar?” Naquele momento, tínhamos algumas suspeitas, mas não imaginávamos o que estaria por vir. Dez meses depois, no evento de celebração do Desafio Criativos da Escola, que aconteceu no dia 11 de dezembro, vieram as respostas mais bonitas, surpreendentes e inspiradoras, pelas vozes de 25 crianças e jovens e 10 educadores de todo o país.

A semana da premiação começou no dia 8, quando os cinco grupos vencedores do Desafio desembarcaram em São Paulo, vindos de vários cantos do país: Porto Velho (RO), Parnamirim (RN), Simões Filho (BA), Pacoti (CE) e Sobradinho (DF). Do aeroporto, foram direto para o Centro Paulus, uma hospedaria em meio à natureza em Parelheiros, no extremo sul da cidade.

Lá a equipe do Criativos e os grupos passaram dois dias se conhecendo, compartilhando experiências, sonhando com o seria feito dali pra frente e, sobretudo, tirando ideias do papel e trazendo-as para a realidade. Para conduzir uma experiência transformadora e inesquecível, a equipe do Mesa&Cadeira reuniu 10 profissionais apaixonados pelo que fazem para ajudar a cumprir uma missão.

O desafio posto era criar uma plataforma para comunicar, inspirar e mobilizar outros jovens a se engajarem na transformação de suas realidades. Depois de muitas conversas, ideias, risadas, trocas, emoções e, principalmente, mão na massa e envolvimento de todos, nascia o movimento Eu sou Criativo, criado por e para crianças e jovens de todo o país.

No dia 11, na Avenida Paulista, 150 pessoas foram ao Itaú Cultural para conhecer os projetos vencedores do Desafio Criativos da Escola – contados pelos seus protagonistas – e ver o que havia sido criado por esses criativos ao longo dos dois dias anteriores. No inicio do evento, uma homenagem ao movimento da ocupação de Escolas Estaduais de São Paulo protagonizado por estudantes que estão coletivamente repensando, construindo e se apropriando de suas escolas: “Antes a gente seguia regras, obedecia, agora estamos aprendendo de verdade, todos os alunos têm voz”, disse Brenda, uma das representantes da Escola Manuel Ciridião Buarque.

Em seguida, vieram as apresentações dos cinco projetos vencedores: Gaiolas LiteráriasAr refrigerado e água: uma combinação que dá vida,História Construída por Blocos, Grupo de Apoio e Conselhos (GAC) e Jovem Explorador. No palco, um misto de emoção, orgulho e alegria que tomava conta; pelos microfones, ecoavam depoimentos que ficarão guardados na memória de quem os escutou.

Os alunos apresentaram o movimento Eu sou Criativo, com a exibição do vídeo-manifesto feito por eles próprios. E, para encerrar a manhã, muita música com os Embatucadores e a Banda Alana. Uma festa linda, emocionante e muito inspiradora, que ficará na memória de quem estava presente. E os grupos se despediram com a certeza de que, nesses quatro dias, muitas flores foram colhidas e outras tantas sementes foram plantadas. Que venham as próximas colheitas.

*texto publicado originalmente no site do Criativos da Escola

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Alana assina manifesto contra a ‘reorganização escolar’ em SP

O Instituto Alana assinou um manifesto que repudia a atual proposta do Governo do Estado de São Paulo de reorganizar a rede estadual de ensino e exige o direito à participação social e ao acesso à transparência da informação pública.

Lei abaixo o manifesto assinado por diversas organizações:

As organizações abaixo assinadas manifestam sua indignação e repúdio à forma autoritária pela qual o processo de reorganização escolar da rede estadual de ensino tem sido encaminhado pelo governo estadual, caracterizado pela falta de informações consistentes, públicas e transparentes que deram base a tal decisão e pela insistência em desconsiderar as demandas de milhares de famílias. Com apoio de diversos setores da sociedade, a mobilização dos estudantes paulistas em defesa da escola pública e em resistência à política de reorganização escolar cresceu em todo o estado de São Paulo, demonstrando a profunda inadequação da proposta.

Da maneira como tem sido encaminhada, a reorganização escolar ocasionará o remanejamento compulsório de mais de trezentos mil alunos, impactando o cotidiano de inúmeras famílias, a atividade profissional de milhares de professores e demais profissionais da educação, sem contar as mudanças desencadeadas nas escolas que permanecerão na rede estadual, como o aumento do número de estudantes por turmas e o acirramento dos problemas relativos ao atendimento da educação de jovens e adultos e de estudantes com deficiência e transtornos globais do aprendizado, só para listar alguns exemplos. Apesar de prever o fechamento de noventa e três escolas, não há nenhuma garantia de uso dos prédios públicos para outras atividades educacionais e nem a previsão de recursos financeiros e humanos para o desenvolvimento das ações propostas.

Destaca-se a falta de informações públicas e transparentes a respeito dessa política, tanto para subsidiar o debate público, como para respaldar as decisões tomadas. A proposta não foi apreciada nem mesmo pelas próprias instâncias estaduais de mobilização e normatização da educação, tais como o Conselho Estadual de Educação e o Fórum Estadual de Educação. No que se refere à elaboração do Plano Estadual de Educação, destaca-se ainda a tentativa unilateral do governo do Estado de São Paulo de se desresponsabilizar do ensino fundamental, considerando as intenções de ampliar a municipalização prenunciada no acréscimo da meta 21 ao Plano Estadual de Educação em debate na Assembleia Legislativa.

A falta de diálogo ficou evidente pela reação da comunidade escolar e, em especial, dos estudantes, que ocuparam quase duzentas unidades escolares. A intransigência por parte de determinados gestores educacionais e escolares se manifestou em diversas unidades, com a coação de estudantes e a divulgação de informações equivocadas, confundindo as comunidades escolares. Tal situação é um explícito desrespeito aos princípios de gestão democrática e do direito à participação dos jovens e familiares na definição dos processos educacionais, políticos e sociais, tais como previstos na Constituição Federal (artigos 205 e 206), no Estatuto da Criança e do Adolescente (artigos 53 e 58), na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (artigos 2º, 3º, 14 e 15) e no Estatuto da Juventude (Artigo 3º) e reiterados pelo Tribunal de Justiça, na decisão, em sede liminar, da legítima manifestação dos estudantes e da necessidade de debate da política pública proposta.

Além das violações no direito ao acesso à informação e à participação social, destacam-se algumas preocupações com relação ao conteúdo da reorganização escolar proposta pelo governo estadual. A referida proposta desconsidera o impacto da política no médio e no longo prazo para as escolas que permanecerão na rede, ignorando inclusive os dispositivos sobre acesso, permanência e qualidade previstos no Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/14) e na Emenda Constitucional 59 de 2009, tais como a obrigatoriedade do ensino para todos os jovens de até 17 anos a partir de 2016, a superação do analfabetismo e a elevação da taxa líquida no ensino médio e da escolaridade da população entre 18 e 29 anos.

Inconsistências metodológicas também foram identificadas no documento base apresentado como subsídio para a proposta de reorganização escolar, tal como explicitado em estudo realizado por professores do Bacharelado e do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da UFABC¹. Nesse estudo, conclui-se que o documento tem graves inconsistências quanto à fundamentação científica e à escolha das variáveis e, portanto, não apresenta elementos para fundamentar, nem sequer sugerir, as conclusões anunciadas pela Secretaria Estadual de Educação quanto aos impactos da política de reorganização.

Os inúmeros posicionamentos públicos apresentados por universidades paulistas de excelência (Congregação das Faculdades de Educação da UNICAMP e da USP, Conselho de Graduação da Unifesp), entidades sindicais, movimentos sociais, fóruns, redes e organizações da sociedade civil, bem como as manifestações e ocupações de escolas estaduais, demonstram a grande insatisfação e as significativas preocupações em relação à reorganização proposta pelo governo estadual.

Assim sendo, as instituições e entidades signatárias conclamam a Secretaria Estadual de Educação a atender aos reclamos de estudantes, da sociedade civil organizada e da comunidade científica, deixando de implementar, nesse momento, o projeto de reorganização da rede estadual de ensino. Reivindicamos que a decisão sobre uma eventual reorganização da rede estadual esteja de fato embasada em efetivos processos participativos, com amplo debate social, por meio da realização de audiências públicas regionalizadas; em planos de médio e longo prazos para a educação paulista; e em estudos melhor fundamentados que justifiquem determinadas decisões; bem como no dimensionamento do impacto em termos de recursos financeiros, humanos e pedagógicos das unidades que permanecerão e daquelas que eventualmente venham a ser encerradas.

Declaramos também nosso apoio aos estudantes e familiares e a todos aqueles que, ao lado dos professores e demais profissionais da educação, têm defendido e lutado cotidianamente por uma escola pública de qualidade que garanta o direito à educação de todas as crianças, adolescentes, adultos e idosos no estado de São Paulo. Nesse sentido, também solicitamos respeito e cuidado com a situação dos estudantes concluintes do ensino médio, para que não haja retaliações àqueles e àquelas que se mobilizaram contra a reorganização escolar e que sejam providenciados os documentos necessários de forma a não prejudicar a continuidade de sua trajetória escolar.

Com muita preocupação, manifestamos ainda que a sociedade não admitirá qualquer tipo de violência ou abuso das autoridades governamentais contra os estudantes que legitimamente vêm se organizando por meio das ocupações de unidades escolares e em manifestações de rua. Preventivamente, medidas judiciais de proteção desses estudantes devem ser tomadas para que não haja risco de que se fira a integridade das/dos adolescentes e jovens e o seu direito à livre manifestação.

30 de novembro de 2015.

Assinam:

Ação Educativa – Assessoria, Pesquisa e Informação

AMARRIBO Brasil

Associação Cidade Escola Aprendiz

Associação de Cooperação, Promoção e Incentivo à Cidadania – Associação Cooperapic
Centro de Estudos Educação e Sociedade – CEDES

Centro de Estudos e Pesquisas em Educação e Ação Comunitária – Cenpec

Comitê São Paulo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação

Conselho de Representantes dos Conselhos de Escola – CRECE

CORSA – Cidadania, Orgulho, Respeito, Solidariedade e Amor Diretoria da Associação dos Docentes da USP

ECOS – Comunicação em Sexualidade

Escola de Governo

Fórum Municipal de Educação de São Paulo

Fórum Municipal de Educação Infantil de São Paulo

Fórum de Educação de Jovens e Adultos do Estado de São Paulo

Fórum Paulista de Educação Infantil

Geledés – Instituto da Mulher Negra

Grupo THESE – Projetos Integrados de Pesquisas em Trabalho, História, Educação e Saúde (UFF-UERJ-EPSJV-Fiocruz)

GT Educação da Rede Nossa São Paulo

Instituto Alana

Instituto Avisa Lá – formação continuada de educadores

Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário – IBEAC

Instituto Paulo Freire

Mais Diferenças

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST

Movimento Negro Unificado

SINTEPS – Sindicato dos Trabalhadores do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza

União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo – UMES