Ana Lucia Villela participou do evento que celebra o Dia Internacional da Síndrome de Down
Convidada a participar de um evento comemorativo na Organização das Nações Unidas (ONU), em razão do Dia Internacional da Síndrome de Down, Ana Lucia Villela, presidente do Instituto Alana, contou, na última segunda-feira (21/03), sobre os motivos que a levaram a criar, juntamente com seu marido Marcos Nisti, a Alana Foundation. Baseada nos Estados Unidos e totalmente filantrópica, a Fundação foi criada para investir em pesquisas de ponta, inovadoras e capazes de transformar o mundo.
“Nós não apenas investimos em pesquisa, mas também encorajamos pesquisadores a trabalharem com diferentes culturas e a pensar ‘fora da caixa’”, contou Ana Lucia no evento. “Um dos princípios do Instituto Alana é que todas as pessoas nascem com potenciais e, por conta dessa crença, começamos a investir em novas pesquisas voltadas também à síndrome de Down”, explicou.
Atualmente, a Alana Foundation financia um estudo que pretende avaliar o impacto social da convivência de alunos com e sem deficiência nas escolas inclusivas. “Descobrimos que crianças com síndrome de Down tendem a desenvolver certas características, como a tolerância e a compaixão, que estimulam crianças não deficientes a desenvolverem suas qualidades e habilidades”, explicou Ana Lucia durante sua fala na ONU.
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Ao longo de seu discurso, ela compartilhou, também, histórias sobre preconceito e intolerância. “Inclusão é o oposto de segregação. Preconceito é o medo do que é desconhecido. É por isso que devemos ajudar as crianças a aprender com aqueles que não são apenas semelhantes, mas também diferentes”, explicou Ana Lucia.
Crente de que todos os estudantes deveriam ter a oportunidade de aprender a respeitar os demais e a valorizar a diversidade, finalizou: “Ainda temos muito que aprender e precisamos seguir investindo nas crianças. Mas, se essa nova geração experimentar o processo de inclusão nas escolas hoje, eu acredito que será muito mais difícil encontrar intolerância amanhã”. (Assista na íntegra aqui)
Foto: Via Free Images
As mesas do evento, organizado pela Fundação Síndrome de Down, vão abordar temas que tratam da garantia de oportunidades familiares, escolares, sociais, no trabalho e efetivas
O 4º Fórum Internacional sobre Síndrome de Down, organizado pela Fundação Síndrome de Down, terá como tema central a autonomia das pessoas com SD e sua capacidade de ter uma vida plena de acordo com suas potencialidades. O evento será realizado entre os dias 20 e 23 de maio na cidade de Campinas, interior de São Paulo.
No primeiro dia, além da abertura, haverá o lançamento do livro “Mude seu olhar”. As mesas com profissionais de diversas áreas estão distribuídas nos dias 21, 22 e 23, de acordo com as diferentes fases da vida. A primeira, com o título de “Eu nasci”, vai abordar a importância do acolhimento da família. Entre os palestrantes estará a presidente do Instituto Alana, Ana Lucia Villela. A segunda mesa, “Eu estou na escola”, reúne especialistas em educação para abordar as garantias de oportunidades para todos no ambiente escolar.
No dia 22 o debate vai discutir a etapa seguinte da vida, a entrada no mercado de trabalho. Marcos Nisti, CEO do Instituto Alana, estará na mesa “E agora fui trabalhar”, ao lado de outros palestrantes. No mesmo dia, “Quero viver minha vida” vai reunir especialistas para falar sobre a autonomia das pessoas com síndrome de Down. No dia 23, a mesa “E uma vida de qualidade”, debaterá os estudos que estão sendo realizados com foco em qualidade de vida. Um dos palestrantes será o médico e pesquisador da Universidade Case Western Reserve (que fica em Cleveland, nos Estados Unidos), Alberto Costa.
Paralelamente ao evento está programado o encontro “Vamos conversar sobre os nossos direitos?”. Dirigido a pessoas com deficiência intelectual acima de 16 anos, o encontro apresentará artigos da Convenção Internacional das Nações Unidas sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência (2006).
Serviço
Data: 20, 21, 22, 23 de maio de 2015
Público-alvo: Psicólogos, médicos, educadores, pedagogos, terapeutas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, pais e familiares de pessoas com deficiência, estudantes e pessoas interessadas no assunto.
Local: Auditório do Centro de Convenções da Unicamp. Rua Elis Regina, 131 – Unicamp – Barão Geraldo/ Campinas, SP.
Inscrições: No site do evento
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Marcus Frank, consultor sênior da empresa, relatou o processo da pesquisa e os resultados obtidos.
O estudo O valor que os colaboradores com síndrome de Down podem agregar às organizações, elaborado pela consultoria McKinsey & Company para o projeto Outro Olhar, do Instituto Alana, foi apresentado por Marcus Frank, consultor sênior da McKinsey, na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
Frank participou do evento que celebra o Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorado em 21 de março. A data estabelecida pela ONU tem o intuito de fazer com que cada vez mais pessoas ao redor do mundo se sensibilizem com a causa. O tema deste ano foi “My Opportunities, My Choices – Enjoying Full and Equal Rights and the Role of Families” – que dialoga diretamente com o estudo da McKinsey.
Durante sua fala, Marcus explicou que “há uma preferência por parte das empresas em contratar pessoas com desabilidades físicas apenas para cumprir a legislação”. E segundo ele, foi por isso que a McKinsey entrou nessa história, “as empresas devem promover a inclusão do ambiente de trabalho, não por obrigação, mas pelas melhorias na competitividade”, contou.
O estudo mostra que a inclusão de pessoas com a síndrome gera impacto positivo em cinco de nove dimensões que medem a saúde organizacional, como liderança, satisfação do cliente, cultura e clima, motivação da equipe e coordenação e controle. E que uma empresa saudável apresenta uma maior probabilidade de apresentar uma margem EBITDA e líquida acima da média.
Na pesquisa foram ouvidos 2.000 funcionários e 83% deles disseram que a presença de uma pessoa com Down faz com que o líder se torne mais capacitado para resolver conflitos. A consultoria conversou também com 20 líderes de RH de empresas nacionais e estrangeiras, além de diretores de instituições de apoio a pessoas com deficiência intelectual no Brasil, EUA, Canadá e Europa.
Outro Olhar
O projeto nasce com a missão de divulgar as singularidades e competências das pessoas com síndrome de Down, pois acredita que uma sociedade só tem a ganhar quando reconhece nos potenciais de cada um a diversidade que nos trará um futuro melhor. Faz isso por meio da produção e disseminação de conhecimento sobre a síndrome. Saiba mais em www.outroolhar.com.br
Foto: Reprodução