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‘O Começo da vida’: o futuro se desenha na primeira infância

Longa metragem “O Começo da Vida”, dirigido por Estela Renner, aborda descobertas da neurociência sobre os primeiros anos de vida; documentário está disponível pela plataforma VIDEOCAMP

Antes de tudo: você sabia que cuidar bem dos primeiros anos de vida impacta diretamente o futuro da humanidade? Recém-lançado pela produtora Maria Farinha Filmes, “O Começo da Vida” aborda as descobertas da neurociência sobre o início da primeira infância.

O filme mostra que os bebês se desenvolvem não apenas a partir de seu DNA, mas da combinação entre sua carga genética e as relações com aqueles que os rodeiam. Além disso, apresenta entrevistas com especialistas e visita a famílias de diferentes culturas e classes sociais.

De acordo com Estela Renner, diretora do longa, “os registros emocionais tanto para o bem quanto para o mal têm um peso muito maior neste período. É um momento de formação, criação e  estruturação da pessoa”, diz.

A primeira infância é um momento de formação, criação e estruturação da pessoa

Gravado no Brasil e outros oito países, novo documentário da diretora Estela Renner entrou em cartaz em 21 cidades brasileiras. “O Começo da Vida” é uma produção da Maria Farinha Filmes. Ele é apresentado pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Fundação Bernard Van Leer, Instituto Alana e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). 

“O Começo da vida”: convite para olhar a primeira infância

Criado para difundir o cinema como ferramenta de transformação social, a plataforma online e gratuita VIDEOCAMP disponibilizou o filme para exibição públicas, nas cidades em que não estava em cartaz. Nos primeiros quatro dias, todas as sessões lotaram e 500 exibições foram marcadas pela plataforma.

“A mensagem do filme é a de que se mudarmos o começo da história, mudamos a história inteira. Por isso, o VIDEOCAMP e o longa estão juntos para levar essa ideia para o maior número de pessoas em diferentes lugares.” Quem explica é a diretora de Comunicação do Instituto Alana, Carolina Pasquali. 

Se mudarmos o começo da história, mudamos a história inteira.

A plataforma disponibilizará o filme dublado em seis idiomas, bem como legendado em 21 línguas. Além disso, oferecerá acessibilidade em LIBRAS, closed caption e audiodescrição, no aplicativo MovieReading para smartphones e tablets.

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Educação integral: um olhar para as potencialidades da criança

Na abordagem da educação integral, a criança é vista em suas múltiplas dimensões; para serem transformadoras, escolas precisam de novas linguagens, competências e habilidades

Marcado por problemas sociais, ambientais, econômicos e políticos, o mundo atual exige competências e habilidades diversas. Essas competências vão muito além do modelo tradicional de ensino, da matemática, do português e do vestibular. Diante disso, a abordagem da educação integral pode ser uma chave para uma mudança de paradigma nas escolas. 

Com as alterações provocadas pelos processos de globalização e de revolução tecnológica, principalmente após meados do século XX, a escola teve seu papel questionado. Antes, professor era visto como único detentor do saber e os alunos como “folhas em branco”. Esse modelo tradicional de ensino, com foco na disciplina e no conteúdo acadêmico não encontra mais espaço no cenário atual. 

Neste contexto, cabe à escola repensar seu papel e construir novos significados à sua atuação. É necessário revisitar as concepções de educação e compreende-la sob uma perspectiva mais ampla, considerando sua aproximação com outros campos, instituições e atores.

Para mergulhar fundo nestas discussões, conversamos com Ana Claudia Arruda Leite,  pedagoga e coordenadora de Educação e Cultura da Infância do Instituto Alana.

Para Ana Claudia, a escola deve se fortalecer como um espaço de convivência, de leitura crítica e criativa do mundo. A escola deve ser capaz de possibilitar tanto a apropriação do patrimônio simbólico e material da humanidade, como a construção de vínculos e de significados para a vida, no âmbito individual e coletivo.

Confira o bate-papo com Ana Claudia Arruda Leite. 

Site – Hoje, muitos defendem a escola em tempo integral. Ela seria um modelo interessante e que atenderia as novas demandas do século XXI?

Ana Claudia Leite – Antes de tudo, é fundamental distinguir educação integral de escola em tempo integral. A educação integral é uma concepção de educação e não um modelo. Ela foca no desenvolvimento pleno do ser humano, ou seja, nas suas múltiplas dimensões (intelectual, corporal, ético, estético e político). Por isso ‘integral’, do latim integrālis (inteiro, total). Além disso, nessa abordagem, a escola é vista como um dos espaços educativos e não o único. Ela é pensada a partir do diálogo com seu território, onde os diferentes sujeitos, espaços e tempos são reconhecidos no processo de ensino-aprendizagem.

A escola em tempo integral tem relação com esta discussão, no que tange à expansão do tempo e até de possibilidades formativas. Mas, dependendo de como ela for proposta, pode não significar uma educação integral no sentido pleno. A institucionalização traz consequências complexas que podem impactar negativamente a educação e a saúde, psíquica e física, dos bebês, crianças, adolescentes, jovens e professores. Vale lembrar que, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a profissão docente é hoje considerada como uma das mais estressantes, além de ser a segunda do mundo a portar doenças de caráter ocupacional.

Precisamos olhar para essas condições atuais da escola e buscar caminhos efetivos e viáveis de transformá-la num real ambiente educativo, saudável, inclusivo e inspirador para todos. Isto passa por repensar muitas dimensões e não apenas a extensão do tempo que a criança ficará dentro da escola. É preciso olhar o currículo, a arquitetura, a formação e condições de trabalho dos professores, a valorização da criança como sujeito, a inclusão, bem como a integração entre educação, arte, cultura, esporte, saúde.

Site – Sob o olhar da educação integral, educa-se então em diversos lugares, diversos tempos e ao longo de toda a vida. A escola acolhe essa visão de educação?

AC – As escolas realizam práticas diversas de acordo com suas equipes e o modo como trabalham, mas a educação integral parte de um pressuposto que está na Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de que a educação no Brasil é um direito de todos e uma responsabilidade da família, do Estado e da sociedade no geral; não restrita, portanto, aos muros da escola. Assim, a educação que se faz dentro da escola deve olhar para o desenvolvimento integral da criança. Ela deve considerar aspectos simbólicos e materiais, que juntos compõe o ambiente educativo e a subjetividade de cada ser humano.

O diálogo com a diversidade está, inevitavelmente, implícito à prática educativa.

Educação integral valoriza a diversidade

Do ponto de vista teórico e legislativo, já temos respaldo para pensar a educação nessa perspectiva, como também para pensar a escola na relação com seu entorno. O sujeito se faz como tal na sua relação com o outro, portanto, o diálogo com a diversidade está, inevitavelmente, implícito à prática educativa. A educação integral traz luz para isso e enxerga os diferentes contextos em que os alunos estão inseridos como potências para a aprendizagem. Iniciativas como o Centro de Referências de Educação Integral, do qual o Alana participa junto com outras organizações sociais, tem um papel fundamental nesta discussão.

Site – O que estamos fazendo com as crianças dentro das escolas?

AC – Vivemos um momento paradoxal na educação brasileira. Presenciamos uma melhoria na garantia de acesso à escola (hoje temos praticamente universalizado o acesso ao ensino fundamental e a educação infantil começa a entrar nesse processo). Contudo, o desafio da qualidade e da transformação ainda se faz presente. Algumas escolas já estão buscando alternativas a esse desafio e repensando seus projetos político-pedagógicos. A fim de colocar em pauta discussões importantes, como a reformulação do currículo e do sistema de avaliação, além de trazer à luz temas como inclusão e diversidade.

Presenciamos uma melhoria na garantia de acesso à escola, mas o desafio da qualidade ainda se faz presente. 

Neste movimento de repensar o papel da escola, estamos corealizando com a Ashoka o Escolas Transformadoras, um movimento global que busca conectar escolas que estão criando novos paradigmas na educação, rumo a uma aprendizagem verdadeiramente transformadora. Temos descoberto muitas escolas incríveis no Brasil e no mundo, que possibilitam a formação de sujeitos criativos, empáticos, críticos e engajados. Acreditamos que as experiências destas escolas precisam ser reconhecidas, sistematizadas e divulgadas. Pois são importantes pistas para avançarmos nesta discussão sobre qual escola queremos no século XXI.

Site – O que seria – dentro do contexto brasileiro – uma educação transformadora?

AC – Dentro do contexto brasileiro existe algo muito importante a ser feito: olhar para a própria história. Olhamos muito pra fora e nos esquecemos de identificar o que aconteceu e o que acontece de inovador em termos de educação no Brasil. Temos experiências incríveis por aqui. É preciso recuperar os autores e as experiências pedagógicas significativas e comunicar estas boas referências. O desafio é como sistematizar e contar esta história de uma forma consistente, inspiradora e de fácil acesso para que consigamos construir novas narrativas, mudando a mentalidade e expectativa do que seja uma boa escola. E isso não é um assunto exclusivo de pedagogos e profissionais da educação, ele é de todos na medida em que a educação é um direito e um dever da família, do Estado , da escola e da sociedade.

Mudança de mentalidade

A mudança de mentalidade é fundamental, porque, apesar de existirem exemplos inspiradores, de vanguarda, o que se tornou universal foi um modelo de educação enraizado ao conceito de escola do século XIX. Assim, a expectativa que a família, a mídia e sociedade têm é de uma escola “forte,” “séria”, que prepara para o vestibular. Ou seja, nada mais do que a escola tradicional. Hoje, espera-se que a escola no Brasil garanta o mínimo: ensino da matemática e alfabetização, como se isso fosse suficiente. É preciso mudar essa cultura e estabelecer uma expectativa de aprendizagem maior, que envolva outras linguagens expressivas, competências e habilidades.

Atravessar as barreiras simbólicas da escola seria uma grande transformação, mas também um enorme desafio.

Do ponto de vista legal, existe a possibilidade de a escola construir um projeto pedagógico autônomo e focado na educação integral. Em contrapartida, as pessoas que estão nas escolas e fora dela não sabem disso e esperam da escola a continuidade do modelo tradicional. Mesmo que já seja um consenso de que se trata de um modelo falido, que não serve nem mais para a reprodução do sistema, que dirá para uma transformação social.

Site – Quais são os maiores desafios do campo da educação?

AC – Há muitos desafios no campo da educação, que abarcam desde questões relacionadas ao paradoxo quantidade/qualidade, até a forma de contratação de professores e arquitetura da escola. Precisamos reconhecer o avanço nas políticas públicas para universalizar o acesso à educação. Contudo, o desafio é fazer isso sem perder a qualidade e sem institucionalizar o processo educativo. A escola não é prédio, mas um ambiente de aprendizagem, que possibilita a convivência, a construção de vínculo, de significados e de sentidos. A escola deve ser um espaço autoral, e tudo o que é autoral exige um tempo maior de entrega e envolvimento. Não apenas para o aluno, mas também para o professor. 

Como construir um projeto político-pedagógico sem conhecer o entorno, as diferentes culturas que estão dentro da escola ou mesmo os próprios colegas de profissão?

Construindo uma comunidade de aprendizagem

Hoje, é comum o professor assumir mais de uma jornada de trabalho, o que interfere na construção desse espaço autoral, individual e grupal. Ao dar aulas em diferentes escolas o professor não se sente pertencente a nenhuma. E isso é um desafio para a qualidade da educação, pois impacta na possibilidade real de se construir projetos pedagógicos coletivos. A qualidade também está ligada a possibilidade de se ter uma equipe forte, que elabore um trabalho consistente, coeso e continuo, capaz de estabelecer vínculos com as crianças, suas famílias e com a comunidade.

Agora, imagine uma escola que atende até 3 mil crianças, com mais de 200 professores e muitos sem dedicação exclusiva, como ser um espaço autoral e de convivência, sem uma equipe forte? Como ser uma comunidade de aprendizagem se não temos tempo e espaço adequado para nos reconhecermos e nos conhecermos como coletivo?

Acredito que precisamos sim transpor os muros da escola no que tange à espaço e tempo, concretos e simbólicos. Mas tão importante quanto isso é fortalecer a escola como uma comunidade de aprendizagem, construída por sujeitos, pois ela é, antes de tudo, espaço de relação humana. Sem afeto, vinculo e socialização, a educação se desumaniza.

Escola é espaço de relação humana. Sem afeto, vinculo e socialização, a educação se desumaniza.

Foto: Via Flickr SanShoot

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2ª edição da Ciranda de Filmes promove encontros e trocas

A Segunda edição da Ciranda de Filmes reuniu vivências lúdicas, rodas de conversa, exibição de filmes e oficinas

Um público inspirado e interessado em trocar impressões e experiências percorreu entre os dias 21 e 24 de maio as salas, corredores e o entorno do Cine Livraria Cultura e do Cine Sesc, em São Paulo. As milhares de pessoas que passaram pela segunda edição da Ciranda de Filmes, a primeira mostra de cinema do Brasil com foco em infância e educação, puderam vivenciar esses espaços propícios para inspirar, trocar e refletir sobre a infância.

Idealização

A mostra é uma idealização da pedagoga Ana Claudia Arruda Leite; da produtora de conteúdo da AIUÊ Produtora, Fernanda Heinz Figueiredo e da diretora do Grupo Espaço de Cinema, Patrícia Durães. Com o patrocínio do Instituto Península e do Instituto Alana e apoio do Instituto Natura, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Prefeitura de São Paulo, Auditório Ibirapuera Oscar Niemeyer e Itaú Cultural, a Ciranda atraiu educadores, artistas, gestores, produtores, cineastas, cinéfilos, pais e demais interessados em debater a infância e a educação.

A mostra

Além de exibir gratuitamente produções cinematográficas nacionais e estrangeiras, o evento promoveu rodas de conversa, vivências lúdicas e oficinas cinematográficas, em um espaço de troca de conhecimento e aprendizado coletivo que parte da linguagem do cinema. A programação desse ano teve como fio condutor três temas: famílias, relação criança e natureza e protagonismo infantil.

Programação

A abertura da mostra, no dia 20 de maio, no Auditório do Ibirapuera Oscar Niemeyer, contou com um personagem mais do que especial. A pré-estreia do documentário brasileiro Território do Brincar, de Renata Meirelles e David Reeks foi uma grata surpresa. O filme entra em cartaz em São Paulo e no Rio de Janeiro no dia 28 de maio. E, a partir do dia 4 de junho, estará nos cinemas de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, João Pessoa, Porto Alegre, Salvador e Santos.

Na Ciranda foram exibidos 50 filmes – nacionais, estrangeiros, inéditos, antigos e contemporâneos – com curadoria de Fernanda Heinz Figueiredo e Patrícia Durães. Fizeram parte da programação inesquecível:

  • a produção argentina Ciências Naturais, do diretor Matias Lucchesi;
  • o impactante Indomável Sonhadora, de Benh Zeith;
  • o sensível drama turco Sonho de Wadjda;
  • e documentários inéditos no Brasil, como:
    Project Wild Thing, de David Bond;
    e School´s Out, de Lisa Molomot

Homenagens

Neste ano, a mostra fez homenagem a alguns mestres brasileiros fundamentais para o enriquecimento cultural do país que faleceram em 2014. O educador Rubem Alves, representado pelo documentário Rubem Alves: o professor de espantos, o poeta mineiro. Manuel de Barros, com o Só dez por cento é mentira. E o escritor Ariano Suassuna, com O Sertão mundo de Suassuna.

Festival du Film d’Éducation

Outra novidade de 2015 foi a parceria com o Festival du Film d’Éducation, da França, que realizou sua 10ª edição no final de 2014 em Evreux, Normandie. Em paralelo à mostra brasileira, foram exibidos os filmes:

  • Wrony (Crows), de Dorotea Kedzierzawska;
  • Onde Fica Meu Pudor (Où Je Mets Ma Pudeur?), de Sébastien Bailly;
  • e Dias Antes (Les Jours D’Avant), de Karim Moussaoui.

Bate papos

Na Ciranda, três bate-papos com pensadores e especialistas aprofundaram o debate e a reflexão acerca dos temas deste ano. No dia 21, o público participou da roda “Famílias”, Ada Pellegrini Lemos, Susan Andrews e Rosely Sayão. No dia 22, foi discutida a “Relação Criança e Natureza”, com Gandhy Piorski, Rita Mendonça e Ricardo Ghelman. E, no dia 23 de maio, o debate girou em torno do “Protagonismo infantil”, com Alemberg Quindins, Severino Antonio e Lucilene Silva.

Também ocorreram duas oficinas com o intuito de fortalecer a mostra como um espaço de formação, exercício e reflexão:

  • “Oficina de Crítica Cinematográfica”, com o professor e crítico de cinema Sérgio Rizzo;
  • e “Oficina Desvendando o Processo Cinematográfico”, com os diretores do filme ‘Território do Brincar’, Renata Meirelles e David Reeks, a roteirista Anna Clara Peltier e a montadora Marília Moraes.

Com o objetivo de promover momentos para interagir e brincar, o evento também contou com três oficinas lúdicas, “Vivência corporal”, com o dançarino e coreógrafo Ivaldo Bertazzo; “Vivência da natureza através de jogos”, com Guilherme Blauth; e “Vivência musical”, com o Grupo Babado de Chita que encerrou a Segunda Edição do Ciranda de Filmes colocando a plateia para dançar.

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Jardim Pantanal comemora novo Espaço Alana

Nem a chuva que caiu no Jardim Pantanal, no extremo Zona Leste de São Paulo, no último sábado (7), desanimou as crianças e os adultos que estiveram na inauguração do novo Espaço Alana. Palhaços com perna de pau, mágico, pipoqueiros e dançarinas marcaram o evento,  que simboliza uma nova etapa de projetos para o desenvolvimento local

Em primeiro lugar, o objetivo do Instituto Alana é investir em políticas públicas que beneficiem toda a comunidade, nas áreas de habitação, emprego, mobilidade, renda e oferta de equipamentos públicos de saúde, educação e cultura. 

“Esta comunidade é muito especial para nós. Todas essas crianças são fonte de muita inspiração”, disse a presidente do Instituto, Ana Lucia Villela, durante a inauguração. 

O Alana nasceu aqui há 20 anos e hoje temos mais de 17 projetos e muita coisa para comemorar!

Para deixar o público ainda mais animado, um show da Banda Alana. Além da participação da companhia circense “Bubiô, Ficô Lô” deram o clima de festa ao evento. Depois que a fita de abertura foi cortada, o público pode conhecer o novo Espaço Alana. 

Projetado pelo arquiteto Rodrigo Ohtake, o Espaço Alana tem salas de reunião, biblioteca e brinquedoteca. Além disso, um auditório, que poderá abrigar palestras, cursos e aulas para os moradores. 

Novo Espaço Alana

Projetado pelo arquiteto Rodrigo Ohtake, o local fica no meio de uma bela praça e tem salas de reunião, biblioteca, brinquedoteca e um auditório para os ensaios da Banda Alana. Ou seja, o espaço poderá abrigar palestras, cursos e aulas para os moradores. “Fiquei muito feliz pelo convite para fazer o projeto e mais ainda com o resultado”, afirmou Rodrigo. 

No evento, a Associação de Moradores e Amigos do Jardim Pantanal (AMOJAP) recebeu a chave da sala que servirá de sede administrativa, e a doação de uma quadra de esportes no próprio bairro.

A inauguração ainda contou com a presenças importantes da cidade. Representantes da Prefeitura de São Paulo, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, e de atores do Sistema de Garantia de Direitos voltados a crianças e adolescentes. 

Desse modo, o desejo da equipe do Espaço Alana é que o local seja ocupado pelas famílias do Jardim Pantanal. Bem como transformar cada vez mais em um espaço da comunidade, junto com a associação de moradores.

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Livro ‘Cozinhando no Quintal’ retrata a poética do brincar

Afinal, qual a comida mais saudável que existe? Talvez seja aquela que nasce na imaginação das crianças e recorre à natureza para ganhar corpo. A educadora Renata Meirelles retrata essa poética da infância no livro “Cozinhando no Quintal“, publicado pela Editora Terceiro Nome.  

A publicação nasceu a partir da experiência vivida por Renata e pelo documentarista David Reeks, entre abril de 2012 e dezembro de 2013, quando visitaram diversas regiões brasileiras pelo projeto Território do Brincar. Em parceria com seis escolas, os dois registraram o brincar das crianças dentro e fora do ambiente escolar.

No trajeto percorrido por comunidades tradicionais, entre quilombolas, caiçaras, indígenas e ribeirinhos a bairros pobres ou nobres de São Paulo, Renata percebeu que, embora os objetos fossem outros, brincar de casinha era um desejo em comum entre as crianças. Sobretudo, a cozinha -aconchegante e receptiva-, se tornava a porta de entrada de grandes criações.  

“Produzir o registro das comidinhas feitas pelas crianças era tão espontâneo para mim, que nem pensava o porquê estava realizando aquilo. Via tanta beleza ali que me sentia convidada a registrar. Achamos que essa brincadeira merecia um livro dedicado somente a ela. Foi assim que surgiu o Cozinhando no Quintal”, explica Renata.

Cozinhando no quintal

Lama na panela, recheada de folhas. O tempero vem das flores e o fogão improvisado de tijolos não impede a pontualidade do brincar: é hora da refeição. No posfácio, a nutricionista e cozinheira Neide Rigo diz que o livro é “uma inspiração que todos deveriam ter ao lado, pra nunca deixar morrer a delicadeza ligada ao que nos faz vivos: a comida de corpo e alma.”

“Comer era fingido, mas nada era de mentira” (Neide Rigo)

O livro “Cozinhando no Quintal” mostra, por meio de registros fotográficos, como os pequenos utilizam os elementos ao seu redor na hora de brincar de cozinhar, seguindo receitas a sua maneira, com ingredientes que brotam do chão. Afinal, nos quintais do mundo, há sempre alguma criança temperando os próprios sonhos.

Cozinhando no Quintal 

Autor:  Renata Meirelles
Editora: Terceiro Nome
Ano: 2014
Páginas: 56
ISBN: 978-85-7816-142-2
Projeto Gráfico: Antônio Kehl
Formato: 14 X 19,5cm
Acabamento: Brochura

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Campanha incentiva comunicação responsável nas empresas

Lançada pelo Alana, campanha #AnunciaPraMim fiscaliza publicidade infantil nas empresas, promovendo a comunicação responsável em datas comemorativas 

A publicidade infantil é uma ação ilegal e abusiva, que se fortalece durante datas comemorativas do calendário infantil. Mas o que pais, avós, educadores, padrinhos e todos aqueles que se preocupam com as crianças podem fazer? A resposta é incentivar uma comunicação responsável por parte das empresas.  

Pensando nisso, o projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, lançou a campanha #AnunciaPraMim. Por meio dela, famílias podem fazer um protesto contra empresas que estão agindo contra a lei. Basta acessar o site e informar nome, e-mail (que não será divulgado) e identificar a empresa.

Os dados servem de base para uma carta, que é encaminhada para a organização citada, solicitando que ela pare com a ilegalidade das mensagens publicitárias. Além disso, que passe a dirigir sua comunicação aos adultos, um interlocutor capaz de orientar a escolha das crianças. 

Interessadas em alavancar suas vendas, empresas passam a utilizar estratégias com profundo impacto à saúde dos pequenos. Por isso, a campanha #AnunciaPraMim foi lançada em 2014. Ela fica atenta, especialmente, ao calendário que agita o público infantil. Ou seja, Páscoa, Natal, Dia das Crianças e outras datas comemorativas que se transformaram em momentos de intensa exploração comercial.

“Já há consenso entre especialistas de que a publicidade infantil de produtos alimentícios – que inclui a venda casada com brinquedos – está intrinsecamente ligada ao aumento do índice de obesidade infantil, consumismo e estresse familiar”, diz o texto.

A carta também pede para que a empresa assuma a vanguarda na construção de uma comunicação responsável. Em outras palavras, uma comunicação verdadeiramente sintonizadas com a ideia de garantir uma infância plena. Do lado direito da página, é possível acompanhar quais empresas estão recebendo a maior quantidade de protestos.

Comunicação responsável?

Atualmente, o Código de Defesa do Consumidor (CDC), em seu artigo 37, prevê a proibição da publicidade abusiva. Isto é, aquela que se aproveita da deficiência de julgamento e de experiência da criança. 

“Em média, até os 12 anos de idade, as crianças, pela fase de desenvolvimento emocional, cognitivo e psíquico em que se encontram, ainda não conseguem ter a capacidade crítica para lidar com os apelos de consumo”, afirma a psicóloga do projeto Criança e Consumo, Laís Fontenelle.  

Além disso, a resolução 163 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), aprovada em março de 2014, clarifica ainda mais o que pode ser considerado abusivo e reforça o que já estava previsto no CDC.

De acordo com os especialistas apoiadores da campanha, existem várias formas de oferecer vantagens competitivas a uma marca deixando de fora o apelo direcionado ao público infantil.

A ação conta com o apoio do ACT + Promoção e Saúde, Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, ANDI Comunicação e Direitos Humanos, Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Rebrinc (Rede Brasileira Infância e Consumo), Milc (Movimento Infância Livre de Consumismo) e Fian Brasil.