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‘Um crime entre nós’ investiga exploração sexual infantil

O Brasil ocupa a segunda posição no ranking de países com maior número de ocorrências de Exploração Sexual Infantil. A informação é da organização Freedom Fund, dedicada ao combate à escravidão no mundo. Assim, em tempos de isolamento social e maior invisibilidade das crianças em suas comunidades, esse tema ganha ainda mais relevância. 

Então, para ampliar o debate, lançamos em 18 maio de 2020, o documentário “Um Crime Entre Nós”. O material é produzido pela Maria Farinha Filmes e dirigido pela cineasta Adriana Yañez. Não à toa, a data de estreia marca o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil.

No Brasil, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a cada hora, quatro meninas de até 13 anos são estupradas. Além disso, a maior parte delas tem até cinco anos, 90% dos casos acontece em casa e 72% das testemunhas não denunciam.

Idealizado pelo Alana e pelo Instituto Liberta – organização dedicada ao enfrentamento desse tipo de violência -, o documentário reúne a youtuber Jout Jout, Luciano Huck, Dráuzio Varella e a pesquisadora inglesa de pornografia, Gail Dines, em uma investigação. O roteiro passa por mundos reais e virtuais, jogando luz a um tema considerado tabu na sociedade.

Além do relato de vítimas, “Um Crime Entre Nós” traz informações sobre exploração sexual infantil. No filme, você ainda acessa opiniões de ativistas, sociólogos, educadores e psicólogos sobre o tema.

A exploração sexual infantil no Brasil soma 500.000 casos por ano, de acordo com a Childhood Pela Proteção da Infância.

Pelo fim da exploração sexual infantil

A pré-estreia do documentário ocorreu no 4º Fórum sobre Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, com transmissão pelo site do jornal Folha de S. Paulo. A apresentação foi acompanhada por um debate, mediado pela advogada e presidente do Instituto Liberta, Luciana Temer. Participaram a diretora Adriana Yañez, a jornalista Eliane Trindade, o advogado do Instituto Alana, Pedro Hartung, e Amanda Cristina Ferreira, da Rede ECPAT do Brasil. 

A estreia de “Um Crime Entre Nós” contou com o apoio das principais instituições que atuam na proteção dos direitos da infância no Brasil. Entre elas, Childhood Brasil, Cedeca Bahia, Oficina de Imagens, Plan International Brasil, Comitê Nacional de Enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes, ECPAT Brasil e IACAS.

Pessoas e instituições precisam se unir para proteger crianças e adolescentes, prioridade absoluta segundo o artigo 227 da Constituição Federal.

Sobretudo, o filme traz um olhar provocativo e se soma à luta pelo fim da violência e exploração sexual infantil. Seu conteúdo apresenta mais uma oportunidade de perceber que só vamos resolver nossos problemas sociais se pessoas e instituições se unirem para proteger as crianças. Ou seja, colocando-as como nossa prioridade absoluta, como previsto no artigo 227 da Constituição Federal.

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Infância e tecnologia na pandemia: como viver o novo momento?

Especialistas convidados pelo Alana respondem perguntas sobre infância e tecnologia durante a pandemia

As vidas das famílias mudaram rapidamente desde o início da quarentena. Milhões de crianças estão em casa enquanto pais, mães e responsáveis se veem imersos nas demandas pessoais e profissionais. 

Nesse contexto, o ambiente digital desponta como um recurso fundamental, ainda que não garantido a todas as famílias. Além disso, oferece diversas oportunidades de conexão e socialização com os amigos e familiares. Bem como tem sido uma maneira de acesso à cultura e de novas formas de aprender e brincar. Apesar disso, o ambiente digital também apresenta desafios que precisam ser conhecidos e cuidados.

Muitas pessoas tendem a avaliar o uso da tecnologia pelas crianças com base em apenas um critério: o tempo de tela. No entanto, pesquisadores e especialistas, bem como as recomendações de organizações como sociedades de pediatras, UNICEF e OMS defendem que em uma relação saudável com o ambiente digital deve prevalecer boas experiências e o respeito à privacidade e a capacidade de desconectar das crianças.

É fundamental reconhecer que isso requer ações sistêmicas de diversos setores. Isto é, da sociedade, do governos, das empresas, das plataformas e toda a indústria da tecnologia. E o que as famílias podem fazer para ajudar as crianças a terem relações éticas, saudáveis e criativas com as tecnologias? 

Para contribuir com esse momento histórico que estamos vivendo e auxiliar famílias nas relações das crianças com as telas lançamos nas redes sociais do Instituto Alana uma série de vídeos com depoimentos dos nossos especialistas. A seguir elencamos algumas dessas questões. Os vídeos sobre infância e tecnologia estão disponíveis no YouTube do Instituto. 

Infância e tecnologia durante a pandemia

> Como a tecnologia pode ajudar as crianças a enfrentar esse período?  

O ambiente digital têm dois grandes papéis durante a pandemia: ajudar as crianças a cultivar laços afetivos e mantê-las aprendendo. As relações são fundamentais para o desenvolvimento saudável das crianças. E a tecnologia pode e deve ajudá-las a ligarem-se aos amigos e à família. Também a colaborarem entre si, a brincarem e a partilharem histórias e experiências.

O fechamento de escolas interrompeu a educação de meninas e meninos enquanto educadores e gestores se deparam com desafios relacionados ao papel da escola. Para além da educação à distância, a tecnologia pode manter os estudantes engajados na experiência de aprender em casa. Ao mesmo tempo, os manter conectados à professores e colegas, trocando sobre o que os reúne: o conhecimento, a convivência, o trabalho de aprender e ensinar.

Importante refletir também sobre como evitar que o acesso desigual a plataformas digitais e internet adequada amplie as desigualdades existentes. 

Veja mais sobre como a tecnologia pode ajudar neste vídeo.

Tempo de tela x qualidade do conteúdo

> Tempo de tela x qualidade do conteúdo. O que importa mais?

A chave para este dilema é compreender que nem todo o tempo de tela é igual. Não devemos agir como se uma hora de desenhos animados fosse a mesma que uma hora de conversas online com familiares. Ou mesmo equivalente a jogos com amigos, ou de pesquisas e estudos. O que uma criança tira de cada tipo de uso é totalmente diferente, e atende diferentes necessidades.

As atividades com tela não devem ser classificadas como se fossem da mesma natureza. Algumas são educativas, outras são diversão. Algumas são de interação e comunicação, algumas de alta qualidade e outras são superficiais e mais passivas. Onde, como e o que se faz nas telas é mais importante do que apenas medir o tempo gasto. Um bom conteúdo adequado à idade é fundamental!

O maior tempo de telas das crianças também pode ser mais uma oportunidade para estar juntos. É um caminho para fortalecer os laços, aprender uns com os outros e partilhar valores. Converse com elas sobre os seus jogos, filmes, desenhos e aplicativos favoritos. Discuta ideias e questões sobre as quais lêem ou aprendem através de plataforma. Ou ainda de um jogo e como evitar e se proteger das experiências negativas. 

Pesquisas mostram que famílias que fazem da tecnologia uma experiência compartilhada entre crianças e adultos formam jovens mais capazes de usufruir o que há de melhor no ambiente digital. Além disso, de lidar com as ameaças que encontrarão no caminho.

Veja mais sobre tempo de tela e qualidade de conteúdo neste vídeo.

Experiências digitais

> Como equilibrar experiências digitais com outras atividades que não acontecem nas  telas?

O equilíbrio digital é importante, mesmo durante a quarentena. A OMS estabelece como diretriz que as experiências digitais não podem competir com nenhuma atividade essencial da infância. Ou seja, alimentação, sono, movimento e interação humana.

Devemos nos atentar para garantir a vivência das atividades essenciais em equilíbrio com a experiência digital. A ideia é planejar este equilíbrio ao longo do dia e das semanas. Desse modo, encontre tempo para as crianças ficarem fora das telas, interagirem com as pessoas próximas e brincarem. Elas precisam estar com o corpo e imaginação ativos, comer e dormir bem.

Lembre-se que as crianças precisam de você para estabelecer uma rotina equilibrada e gradualmente desenvolverem a capacidade de se auto-regular no ambiente digital. Nesse sentido, conversar sobre como se sentem após longos períodos nas telas é fundamental. Quanto mais as crianças prestarem atenção a como se sentem, física e emocionalmente, mais serão capazes de avançarem nos processos de autonomia.

Veja mais sobre experiência digitais neste vídeo

Responsabilidade no ambiente digital

> De quem é a responsabilidade pelas experiências das crianças no ambiente digital?

Os desafios à participação ética, saudável e segura de crianças e adolescentes no ambiente digital estão ligados ao modelo de negócios em que se baseiam as plataformas, mídia e serviços de comunicação digital. Esse modelo é o da exploração comercial da experiência e do sequestro da atenção a qualquer custo. Ou seja, muitas empresas operam com design persuasivo e coletam e vendem dados dos usuários. Monetizam suas informações com o objetivo de maximizar os lucros obtidos com publicidade e outros serviços.

Com relação às crianças, isso gera violações dos direitos e danos associados como superexposição, fornecimento de dados sem conhecimento, sujeição a diferentes violências e à publicidade infantil. Além disso, incentivo precoce à sexualidade e ao hiperconsumo, distúrbios do sono e alimentação, sedentarismo, falta de atenção, problemas posturais, ansiedade, etc. Como resultado pode levar a impactos na saúde e bem-estar da criança e empobrecimento de sua experiência online. Desse modo, as empresas precisam repensar seu modelo de negócio respeitando os direitos das crianças garantidos pela legislação vigente. 

Ao Estado cabe regular as atividades que impactam as necessidades especiais e específicas das crianças e adolescentes. Por exemplo, a garantia do artigo 227 da Constituição Federal e a aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados (Lei 13.709/2018). Além disso, o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Código de Defesa do Consumidor. E também elaborar políticas públicas de inclusão que proporcionem a todas as crianças e adolescentes acesso e uso das tecnologias com qualidade. 

Por fim, famílias e escolas devem saber que não cabe exclusivamente a elas a responsabilidade pelas experiências das crianças no ambiente digital. 

Veja mais sobre responsabilidade no ambiente digital neste vídeo

Para saber mais, acesse nossa playlist com os depoimentos dos nossos especialistas.

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Portal Lunetas: múltiplos olhares sobre as múltiplas infâncias

No ar desde 2018, o Lunetas é mais uma iniciativa do Alana para informar, mobilizar e inspirar diferentes perspectivas sobre estar no mundo e ser criança

Uma luneta permite ver mais e melhor. Ao mesmo tempo, aproxima o que parece estar longe. E quando usamos diversas lunetas para olhar para as infâncias no Brasil? Com o intuito de informar e inspirar diferentes perspectivas sobre estar no mundo e ser criança, nasce o portal “Lunetas. Esta é mais uma iniciativa do Instituto Alana.   

No ar desde maio de 2018, o site de notícias se propõe a falar sobre crianças de várias idades, da barriga até os doze anos. Além disso, a proposta é ampliar a cobertura de temas nas diferentes regiões do país. Todos os dias, os conteúdos publicados apontam suas lentes de aumento para educação, saúde, cultura, parentalidade e tudo o que diz respeito ao cuidado da criança e de quem cuida dela. 

O Lunetas faz parte da missão do Alana de investir no potencial das gerações futuras por meio de uma informação positiva, especializada e de qualidade. 

Por meio de reportagens, especiais, vídeos, dicas de eventos culturais, brincadeiras e textos de opinião, o Lunetas deseja mostrar como a infância é um período fundamental para a construção de cada indivíduo e da sociedade. O portal é pensado para famílias, interessados na temática e profissionais do universo da infância. 

Lunetas: múltiplos olhares para as infâncias

Além da redação, o Lunetas conta com dez jornalistas de diferentes regiões do Brasil, desde novembro de 2020. A proposta da rede remota é trazer olhares plurais e mais informações sobre as particularidades culturais do país. Assim, o site se aproxima cada vez mais da missão de garantir que todas as crianças sejam incluídas e respeitadas. 

Para contribuir com reflexões inspiradoras, o portal conta com colunistas de diferentes áreas e editorias temáticas relevantes sobre a realidade e as demandas das infâncias brasileiras. Além disso, oferece uma experiência de navegação intuitiva e inovadora, com filtros e formatos variados. 

“Acreditamos no jornalismo de qualidade e na informação como pilar básico para que as pessoas tomem as melhores decisões de acordo com os seus contextos. Por isso, é uma alegria pra gente poder lançar o Lunetas e contribuir com esse ecossistema”, diz a diretora de Comunicação do Alana, Carolina Pasquali. 

Por fim, o Portal Lunetas é a metáfora da polifonia que o Instituo Alana busca para a construção de ambientes informativos e educativos mais democráticos. Um espaço para encontrar notícias positivas, especializadas e de qualidade, sem perder de vista a poética e o vínculo com a força das palavras. 

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