Categorias
Notícias Uncategorized

Um prêmio para mapear a biodiversidade

O XPrize Rainforest | Alana está em sua etapa semifinal: em Singapura, 13 equipes vão testar diferentes tecnologias para mapear a biodiversidade de florestas tropicais e, no final, o prêmio entregará 10 milhões de dólares aos vencedores.

Quantos tipos de plantas, animais e microrganismos você acha que existam no planeta? Sabe-se que cientistas conseguiram mapear cerca de 1,5 milhão de espécies, no entanto, pesquisas estimam que convivemos com cerca de 9 milhões tipos de fauna e flora que ainda não conhecemos. Isso significa que mais de 80% da biodiversidade do planeta é desconhecidas e não foi catalogada.

Descobrir e proteger a imensa variedade que existe nessas florestas é essencial para a sobrevivência da humanidade. Afinal, da preservação da biodiversidade dependem o ar que respiramos, a comida que comemos e os remédios que nos curam, entre muitos outros elementos.

Para colaborar com esse grande desafio da humanidade, a Alana Foundation está patrocinando o prêmio XPrize Rainforest | Alana: uma competição mundial para desenvolver novas tecnologias que vão mapear um pouco mais a biodiversidade nas florestas tropicais. E além de milhões de possibilidades que ainda nem descobrimos, o que impulsiona mais e mais essa busca é saber que nas florestas estão respostas para perguntas que nem formulamos.

O que é o prêmio XPrize Rainforest | Alana?

No valor de 10 milhões de dólares, o prêmio tem duração de 5 anos e incentiva equipes a desenvolverem soluções e tecnologias autônomas para o mapear a biodiversidade das florestas tropicais no mundo. Para vencer a competição, uma equipe precisará pesquisar a maior biodiversidade contida em 100 hectares de floresta tropical em 24 horas e fornecer os conhecimentos mais impactantes em 48 horas. Das 25 equipes inscritas inicialmente, 13 foram selecionadas para as semifinais e se encontraram em Singapura em 24 de maio. A proximidade de florestas tropicais aliada aos recursos da cidade será essencial para fazer os primeiros testes das tecnologias, que devem ser expansíveis e acessíveis.

Quadro que ilustra os números do XPrize Rainforest, com suas 4 etapas, 9 conselheiros e 9 jurados, 10 milhões de dólares em prêmios e equipes de 18 países competindo

As equipes bem-sucedidas nas semifinais passarão a testar suas tecnologias em um local remoto, com menos recursos. O XPrize Rainforest | Alana beneficia não só o Brasil, que possui a maior floresta tropical do mundo, mas também outros 9 países na América Latina, África e Ásia. Mapear a biodiversidade das florestas tropicais é importante para criar mais oportunidades para todos. “Agora é a hora de fazer investimentos ousados ​​na conservação da biodiversidade do nosso planeta e apoiar nossas comunidades indígenas e locais. O prêmio gerará dados e conhecimentos críticos para a preservação de nossas florestas tropicais, sua cultura e pessoas, que são essenciais para estabilizar o clima da Terra”, disse Ana Lúcia Villela, fundadora e presidente da Alana Foundation.

Categorias
Notícias

Por que a biodiversidade é importante para as crianças

22 de maio é o Dia Internacional da Biodiversidade, uma data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para reforçar a importância de proteger a enorme variedade de animais, plantas, microrganismos, ecossistemas e seres vivos que habitam o mundo. E, quando falamos sobre as infâncias de todo mundo, precisamos pensar em qual a importância da biodiversidade para o presente e o futuro das crianças.

O que está acontecendo com a biodiversidade?

Segundo o relatório Living Planet, produzido pelo WWF, o mundo perdeu 69% da vida selvagem nos últimos 40 anos. De acordo com a ONU, hoje, cerca de 25% de todas as espécies animais e vegetais do mundo estão ameaçadas de extinção. Essas constatações são extremamente preocupantes e têm implicações em diversos campos.

A natureza é responsável pela polinização, que nos garante alimentos, pela purificação do ar e da água, pela regulação do clima, entre outros. Sem a preservação da biodiversidade, todos esses aspectos são colocados em risco, o que pode gerar graves consequências para a saúde humana e para a economia. Preservá-la é fundamental para manter o equilíbrio ecológico da Terra e garantir nossa sobrevivência.

Além disso, a perda de biodiversidade afeta diretamente a cadeia alimentar e a segurança alimentar. A degradação dos ecossistemas e a perda de habitats naturais reduzem a disponibilidade de alimentos e aumentam a vulnerabilidade de comunidades que dependem diretamente da natureza para sobreviver. A perda de espécies e ecossistemas pode levar também à diminuição da produção agrícola, à propagação de doenças e também à perda de empregos em setores tão diversos como o turismo e a pesca. 

Biodiversidade e crianças

Em meio a toda essa grande crise mundial estão as crianças. Elas são as mais vulneráveis aos efeitos causados pela perda da biodiversidade, e sofrem as consequências relacionadas a:

  • Acesso a comida: a devastação dos solos, o desequilíbrio da cadeia alimentar com o desaparecimento de animais e insetos polinizadores reduz a quantidade de alimentos fundamentais para o desenvolvimento físico e mental das crianças;
  • Qualidade da água: a vegetação e a fauna originais são essenciais para que exista água potável no planeta, o que afeta diretamente as crianças, pois a cada dois minutos uma criança morre por doenças causadas por água contaminada;
  • Contato com a natureza: as crianças estão vivendo em cidades cada vez maiores com escassez de espaços verdes e com difícil acesso aos que existem. Com isso, conhecem menos a biodiversidade do planeta – fundamental para a sua qualidade de vida, e para desenvolver o senso de pertencimento e cuidado com a natureza.

Como reverter a perda de biodiversidade

Já sabemos que é necessário implementar políticas de conservação ambiental efetivas, promover práticas sustentáveis e incentivar a restauração de ecossistemas degradados. A criação de áreas protegidas e a regulamentação do uso dos recursos naturais são medidas importantes para a conservação da biodiversidade. Tanto quanto a adoção de práticas agrícolas sustentáveis, como a agroecologia e a agricultura orgânica, para reduzir o impacto da atividade humana sobre a natureza.

Outra estratégia essencial é a restauração de áreas degradadas. A recuperação de ecossistemas pode ser feita por meio do plantio de mudas e da promoção da regeneração natural. Mas para que tudo isso aconteça, precisamos ter clareza sobre a importância da biodiversidade e entender que a natureza não é uma fonte de recursos infinita, que precisamos reduzir nossa pressão. Se quisermos sobreviver, e entregar, no presente, um futuro às nossas crianças.

Categorias
Notícias

O CONAMA e as crianças: Alana é eleito em nova gestão e vai representar as infâncias

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) é o principal espaço de participação nas políticas ambientais no Brasil e sua atuação tem impacto direto na saúde, no bem-estar e na garantira de direitos de todas as crianças.

Nesta semana, o CONAMA convocou as pessoas e organizações que devem participar da próxima gestão do conselho, e o Instituto Alana foi uma das instituições escolhidas para integrar o órgão. Em nome da Coalizão CliCA – Clima, Crianças e Adolescentes, o Alana entra como conselheiro titular, com a superintendente executiva do Instituto da Infância (IFAN) como suplente. 

O que é o CONAMA

Com caráter consultivo e deliberativo, esse órgão é o responsável por adotar medidas acerca do Sistema Nacional do Meio Ambiente. “Ele determina, por exemplo, normas e critérios para o licenciamento de atividades poluidoras ou potencialmente poluidoras, bem como medidas para mitigar as crises socioambientais, em especial a crise climática”, explica JP Amaral, gerente de meio ambiente e clima do Instituto Alana, que atuará como conselheiro titular. “Por isso é importantíssimo que a sociedade civil esteja representada, especialmente para defender os direitos de crianças e adolescentes, que estão entre as mais afetadas pelos impactos socioambientais”.

Como o CONAMA protege as infâncias

Por estarem ainda em desenvolvimento, as crianças têm muitos de seus órgãos, como o cérebro e os pulmões, e de seus sistemas, como o imunológico, ainda não amadurecidos. Elas também respiram mais ar, bebem mais água e ingerem mais comida por quilo de peso do que os adultos, o que as torna mais vulneráveis a problemas como poluição do ar ou da água, secas, enchentes ou ondas de calor. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 2016, mostraram que 5,6 milhões de crianças com menos de 5 anos morreram no mundo devido a doenças e condições relacionadas ao meio ambiente e que a poluição do ar atinge 99% das pessoas no planeta, matando, a cada ano, 7 milhões de pessoas (dados atualizados 2022).

– Leia também: conheça nossa atuação na garantia dos direitos das crianças e da Natureza

“Para poder incidir sobre esse tipo de problemas, gravíssimos e urgentes, é fundamental ter um assento no Conselho Nacional do Meio Ambiente, cujas reuniões são abertas a toda a sociedade”, explica JP. Além de deliberar sobre diretrizes e normas técnicas relativas à proteção do meio ambiente e ao uso sustentável dos recursos naturais, o órgão também faz recomendações e proposições sobre políticas públicas a serem adotadas, solicita a realização de estudos sobre possíveis consequências ambientais de projetos públicos ou privados e suas alternativas, e pode, ainda, determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público ou de participação em linhas de financiamento, entre outras atribuições.

“Após 4 anos de desmandos na área ambiental e da alteração do CONAMA por um decreto do antigo governo que modificou sua composição e funcionamento, é um alívio poder voltar a contar com um espaço de representação democrática e plural na defesa do meio ambiente”, diz JP. No entanto, a representatividade do conselho ainda não está totalmente resolvida. Em uma ação no STF (ADPF 623), discute-se a necessidade de igualdade no número de representantes de entidades da sociedade civil em relação aos membros do governo para o melhor funcionamento do conselho.