Brincar em família, fortalecendo vínculos dentro de casa, é o convite do Alana na Semana Mundial do Brincar
Brincar em família é um convite à liberdade. Sinônimo de vínculo, essa também é uma linguagem genuína da criança para se conectar com o universo ao seu redor.
“Antes de tudo, brincar está mais relacionado à disponibilidade afetiva e ao tempo do adulto do que a espaços luxuosos ou brinquedos modernos.” Quem afirma é a pedagoga e mestre em Educação, Clélia Rosa. Durante o evento organizado pelo Espaço Alana, na Semana Mundial do Brincar, ela nos motiva a olhar para a presença.
A discussão ganha destaque com a chegada da Covid-19. Diante das incertezas trazidas na quarentena, pode ser desafiador para muitas famílias proporcionar um espaço potente de brincadeiras em casa.
“Mas a infância dos dias pode ser a infância das coisas simples, a infância da vida real”, diz. Clélia. Ou seja, mesmo sem sair de casa, as crianças não precisam de atividades “pedagógicas”, direcionamentos ou estímulos intencionais. Logo, o segredo é deixar que elas guiem a brincadeira.
Acima de tudo, a liberdade no ato de brincar pode nascer na relação com objetos do cotidiano. Potes, panelas e as vivências rotineiras, como cozinhar ou arrumar a cama, se tornam fontes de inspiração. As crianças estão prontas para nos ensinar a percorrer os caminhos imaginativos da infância e de encantamento com a vida.
Semana Mundial do Brincar
Estas e outras reflexões foram discutidas durante um bate-papo realizado na página do Espaço Alana no Facebook. A mediação foi feita pela coordenadora de Educação do Instituto Alana, Raquel Franzim. A conversa é parte da programação da 11ª edição da Semana Mundial do Brincar, uma iniciativa do Aliança pela Infância.
O evento foi realizado inteiramente online, entre os dias 25 e 29 de maio, em parceria com diversas organizações. O tema da edição foi o “Brincar entre o céu e a terra”, destacando a importância do brincar e do cultivo da imaginação na infância.
Brincar em família
Quando se pensa em brincar em família, o mais evidente é imaginar o cenário externo. Mas é fundamental olhar para dentro: há momentos em que os adultos estão inundados com outras preocupações e urgências.
No cenário atual, muitas famílias viram seus planos e perspectivas se desmancharem e até mesmo enfrentaram a escassez de recursos básicos. Em muitos casos, não restou lugar entre as dores e aflições para cultivar vivências de brincadeira com as crianças. No entanto, é preciso se acolher, se permitir ser falível para então cuidar do outro.
“Para que eu tenha esse espaço interno para dar ao meu filho, eu preciso me permitir olhar para as minhas emoções.”
Quem afirma é a psicanalista, escritora e educadora parental, Elisama Santos, durante o bate-papo. Para ela, é importante que os adultos acolham as emoções para que não se tornem sentimentos de raiva e irritação com o mundo. “A minha vulnerabilidade não é sinônimo de fraqueza, é sinônimo de humanidade”, defende.
Brincar em família não é um privilégio, mas um direito das crianças. E, ainda assim, as famílias não devem ser as únicas responsáveis pela garantia da vivência plena da infância. Então, a sociedade como um todo deve agir para apoiá-las. Com este intuito, o Instituto Alana segue promovendo diálogos, criando espaços de troca para a construção de um presente e futuro melhor para todos os pequenos.
Confira a playlist completa das atividades realizadas pelo Espaço Alana durante a 11ª edição da Semana Mundial do Brincar!