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10 filmes essenciais para uma sociedade antirracista

A educação antirracista, aquela que problematiza a desigualdade racial e se volta para o estudo dessas questões e para o respeito à diversidade e à cultura de todos os povos, não é um trabalho apenas das escolas, mas uma responsabilidade de toda a sociedade. 

Enquanto família e comunidade, todos temos papéis fundamentais no desenvolvimento de crianças e adolescentes e em sua formação desde a primeira infância. Por isso, é essencial que estejamos informados sobre as questões raciais para preparar os mais jovens para um presente e futuro mais respeitoso, justo e antirracista. 

Sabendo disso, o Alana selecionou dez filmes, disponíveis para exibição gratuita no Videocamp, para que famílias, amigos, professores, dentre outros, fiquem a par das injustiças raciais da nossa sociedade e saibam mais sobre as vivências e as culturas de negros, indígenas e quilombolas. Confira:

1. Deus (2016)

O curta-metragem dirigido por Vinicius Silva retrata o cotidiano de mães negras das periferias de São Paulo. A protagonista é Roseli, mãe de Breno – e tia do diretor -, que trabalha em uma empresa de mangueiras e acorda às 4h da manhã para limpar a casa. O filme não retrata apenas as dores e os aspectos negativos de morar em uma cohab na zona leste de São Paulo. Mas também os momentos de alegria e de leveza que permeiam a vida e os dias de uma mãe negra. O título faz alusão à música “Mãe”, do rapper Emicida, que diz “(…) vi Deus. Ele era uma mulher preta”.

2. Waapa (2017)

Como é o brincar, a vida em comunidade e a relação com a natureza das crianças Yudja? O documentário, produzido pela Maria Farinha Filmes, investiga essa e outras especificidades dessas crianças, que vivem na aldeia Tuba Tuba, no Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso. E reforça que é preciso contar a história e a vida indígena por outras perspectivas, diferentes das visões perpetuadas pelo racismo e pelos estereótipos.

3. Odò Pupa, lugar de resistência (2018)

Em yorubá, “Odò Pupa” significa Rio Vermelho, o bairro de Salvador, na Bahia, onde as trajetórias contadas no curta-metragem se desenrolam. Um documentário partir da história de dois jovens negros que desafiam as estatísticas na luta pela sobrevivência. Carine Fiúza, diretora, mostra como o racismo se estrutura de forma política, social e cultural no Brasil. Além da discriminação racial, o curta reflete a dificuldade de acesso à educação e ao mercado de trabalho.

4. Sementes da Educação – Escola Pluricultural Odé Kayodê (2018)

O episódio 11 da série Sementes da Educação, sobre iniciativas transformadoras na educação pública do Brasil, apresenta a Escola Pluricultural Odé Kayodê, em Goiás, nome que, na língua yorubá, significa “caçador de alegria”. A escola é um exemplo de educação antirracista e tem uma proposta pedagógica que valoriza as culturas ancestrais indígenas e africana.

5. Parece Comigo (2016)

A representatividade é essencial para a autoestima de meninas e mulheres negras. Porém, desde a infância, as crianças não se veem nem em seus brinquedos. Como diz a letra do rap cantado por Preta Rara: “Meninas negras não brincam com bonecas pretas”. Por isso, o documentário, dirigido por Kelly Cristina Spinelli, explora o problema da falta de bonecas negras no mercado brasileiro. E, ainda mostra o trabalho das bonequeiras que tentam mudar esse cenário, enfrentando a gigante indústria de brinquedos por meio de seu artesanato consciente.

6. Estratégia Xavante (2006)

Dirigido por Belisario Franca, o documentário narra a história vivida por oito crianças da etnia Xavante a partir de 1976. Elas foram escolhidas pelo cacique e outras lideranças da Terra Indígena Pimentel Barbosa, no Mato Grosso, para viver em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, e entender os costumes e a cultura dos brancos para ajudar nas estratégias de proteção da vida, da cultura e do território de seu povo.

7. Menino 23 – Infâncias Perdidas no Brasil (2016)

Durante os anos 1930, cinquenta meninos negros foram levados de um orfanato no Rio de Janeiro para serem escravizados, em uma fazenda no interior de São Paulo, por uma família que fazia parte da elite política e econômica do país, e que não escondia a simpatia pelo ideário nazista. A história foi descoberta a partir do achado de tijolos marcados com suásticas nazistas no terreno. O filme, dirigido por Belisario Franca, acompanha a investigação do historiador Sidney Aguilar, que descobriu que os meninos foram identificados por números. O longa conta com o depoimento de dois sobreviventes dessa tragédia brasileira, Aloízio Silva (o “menino 23”) e Argemiro Santos, assim como a família de José Alves de Almeida (o “Dois”).

8. As Hiper Mulheres (2012)

Dirigido por Takumã Kuikuro, Leonardo Sette e Carlos Fausto, o documentário conta a história de um velho indígena que, diante da iminente morte da esposa já idosa, pede que seu sobrinho realize o Jamurikumalu, o maior ritual feminino do Alto Xingu, no Mato Grosso (MT), a fim de que ela, que é a única que sabe as músicas do ritual, cante e transmita conhecimentos às jovens.

9. O caminho das pedras (2017)

O quilombo do Abacatal, em Ananindeua, no Pará, está localizado em uma região especial na história da luta pelo reconhecimento das populações tradicionais da Amazônia. No curta-metragem dirigido por Alexandre Nogueira e Fernando Segtowick, os moradores relembram as histórias de fundação do local, assim como a luta para a titulação da terra quilombola. A história por trás do quilombo conta que, há cerca de 300 anos, as terras pertenciam a um conde português que teve três filhas com sua escrava Olímpia: as três Marias. Ele deixou a terra de herança para elas e os filhos das três Marias formaram três grandes famílias que até hoje habitam no lugar.

10. Aldeinha: (Re)Existindo (2018)

O documentário visa investigar várias questões sobre a aldeia indígena Aldeinha, do povo Terena, localizada na cidade de Anastácio, no Mato Grosso do Sul. Como a educação está presente no território? Como os indígenas percebem a importância de sua língua Terena? Qual a importância de ter uma escola dentro da aldeia? Com direção de Cainã Siqueira, Gustavo Tanus e Raylson Chaves, o curta pretende mostrar essa realidade sob uma nova perspectiva.

Bônus: Terreiros do Brincar (2017)

Produzido pela Maria Farinha Filmes, o longa-metragem é fruto de um percurso de 21 meses de viagem por uma vasta geografia de gestos de crianças das mais diversas realidades brasileiras. O filme retrata a participação de crianças em vários grupos de manifestações populares em quatro estados brasileiros, e a sua relação com um brincar coletivo, intergeracional e sagrado.

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Play aberto: 10 filmes bons para dias difíceis

Selecionamos uma lista de 10 filmes bons para o público assistir online durante a quarentena. A iniciativa é uma parceria com o selo Believe Films, a plataforma do Instituto Alana, Videocamp, e as produtoras Maria Farinha e Participant Media.  

Acima de tudo, a seleção é uma maneira de oferecer um caminho para fortalecer a saúde mental e confortar as pessoas em um momento em que o isolamento social é tão importante.   

A seleção oferece um caminho para fortalecer a saúde mental e confortar as pessoas.  

Afinal, acreditamos no poder transformador do cinema por meio da produção e distribuição de filmes de impacto social. Por isso, buscamos meios para democratizar o acesso à cultura e à informação. 

Neste período, em que enfrentamos uma das maiores crises contemporâneas da humanidade, oferecemos uma seleção de filmes bons e inspiradores. A melhor parte é que você pode assistir onde e como quiser. Assim, buscamos estimular conversas acolhedoras e frutíferas em tempos de incertezas.

Três obras ficarão disponíveis até 31 de março e sete até o dia 25 de abril. Confira!

Filmes liberados até 31 de março

A Juíza: conta a história da juíza da Suprema Corte Americana Ruth Bader Ginsburg, que construiu um legado que a transformou em um ícone inesperado da cultura pop.

Longe da Árvore: o documentário fala sobre a família que nascemos, bem como a família que construímos. Um olhar corajoso na jornada de acolhimento e afeto das relações humanas

Mesa Para Todos: unindo educação e gastronomia, o filme conta histórias que se cruzam para mostrar que a dignidade humana começa na alimentação.

Filmes liberados até 31 de abril

O Começo da Vida: filme nos convida a refletir sobre descobertas da neurociência, que garantem que bebê são muito mais que uma carga genética. Afinal, estamos cuidando bem dos primeiros anos de vida? Se mudamos o início da história, mudamos a história toda.

Território do Brincar: documentário apresenta o brincar infantil como fonte fundamental para a vida. Ele representa, ao longo de vinte e um meses, as realidades de crianças do Brasil.

Nunca Me Sonharam: em síntese, reflete sobre desafios e expectativas para a educação pública no Brasil, a partir da voz de estudantes, gestores, professores e especialistas.

Waapa: um mergulho inédito na infância Yudja (Parque Indígena do Xingu/MT) e os cuidados que acompanham seu crescimento. Assim, o brincar, a vida comunitária e as influências de uma relação espiritual com a natureza são revelados como elementos que organizam o corpo e a alma dessas crianças.

Terreiros do Brincar: o filme retrata a participação de crianças em vários grupos de manifestações populares. Ao mesmo tempo, busca resgatar as relações com um brincar coletivo, inter-geracional e sagrado.

Tarja Branca: o longa é um manifesto sobre a importância de continuar sustentando o espírito lúdico, que surge na infância, mas que é impelido pelo sistema a ser abandonado na vida adulta. Além disso, ele conta com a participação da educadora e musicóloga, Lydia Hortélio.

Corações e Mentesuma série que viaja o Brasil para mostrar experiências potentes e transformadoras de educação. Sobretudo, os episódios inspiram ações de reinvenção da escola e do mundo.

Acesse aqui a playlist libertada pelo Alana.