A educação inclusiva consiste no direito de todas as crianças e adolescentes, com e sem deficiência, à educação de qualidade, à participação, à convivência, à não discriminação, dentre tantas outras coisas. Uma sociedade inclusiva começa com uma escola inclusiva, que é uma oportunidade para que esse ambiente se abra a novos conhecimentos e a transformar radicalmente suas práticas de ensino e aprendizagem, melhorando a experiência escolar de todos.
Um levantamento inédito do Datafolha, encomendado pelo Instituto Alana em 2019, ouviu mais de 2.074 pessoas acima de 16 anos, em 130 municípios, e constatou que para 86% dos entrevistados as escolas se tornam melhores com a educação inclusiva. Além disso, 76% acreditam que as crianças com deficiência aprendem mais estudando junto com crianças sem deficiência.
É o que comprova a pesquisa Os benefícios da educação inclusiva para estudantes com e sem deficiência, que aponta que pessoas sem deficiência que estudam em salas de aula inclusivas têm opiniões menos preconceituosas, além de serem mais receptivas às diferenças. Já para os alunos com deficiência, esse mesmo convívio traz reflexos que são percebidos também na idade adulta, já que se tornam mais propensos a fazer um curso superior, pertencer a um grupo de amizades, encontrar um emprego e viver de forma independente.
Em setembro de 2020, foi publicado o Decreto Presidencial 10.502/2020, que abre margem para que escolas regulares possam exigir avaliações para estudantes com deficiência efetuarem matrícula e estabelece a implementação de classes especializadas em escolas regulares e de instituições especializadas para pessoas com deficiência.
Com o intuito de discutir essas ações, o Instituto Alana realizou o “Expresso 227: o que acontece quando a educação é inclusiva?”, em setembro de 2021, para debater os impactos do Decreto, as dificuldades que diversas famílias enfrentam para matricular crianças com deficiência em escolas regulares e para apresentar experiências de implementação de políticas educacionais inclusivas que trabalham para a garantia de direitos.
A inclusão efetiva de um estudante exige que os educadores desenvolvam capacidades de apoio às necessidades individuais das crianças e adolescentes. Esse é o único caminho para uma sociedade que verdadeiramente aceita, respeita e valoriza as diferenças, portanto a educação inclusiva deve ser norma, pois é benéfica para a sociedade como um todo e não apenas para as crianças.