O risco benefício está relacionado à análise de uma pessoa sobre os riscos envolvidos em uma ação e seus possíveis resultados, positivos ou negativos. É nesse processo que o indivíduo pode avaliar se os benefícios compensam ou não os riscos. No caso das crianças, isso é colocado em causa o tempo todo no contato com a natureza, seja ao decidir escalar uma árvore ou correr em um barranco.
O instrutor de educação ao ar livre Fabio Raimo explica que é impossível se desenvolver sem o processo do risco benefício. Com esse processo, a criança passa a, ao longo do tempo, criar uma bagagem emocional para interagir com o ambiente, habilidade importante para diversas áreas da vida daquele ser humano.
O profissional não é o único a chamar a atenção para o risco benefício. A Aliança Internacional de Espaços Escolares (International School Grounds Alliance — ISGA) divulgou em 2017 a declaração “O risco no brincar e no aprendizado”, que prevê a importância do tema, baseada em uma série de pesquisas realizadas por todo o mundo. Formada por organizações, educadores, arquitetos, planejadores e pesquisadores de 16 países, a entidade determinou que correr riscos é essencial para o bem estar das crianças.
“Considerando que o mundo é cheio de riscos, as crianças precisam aprender a reconhecê-los e responder a eles de forma a proteger a si mesmas e desenvolver suas próprias capacidades de avaliar riscos”, prevê o documento, que ainda encoraja pais, membros da comunidade escolar, gestores, legisladores, autoridades legais e seguradoras e elaborar políticas e processos que permitam que as escolas desenvolvam atividades que incluam o risco benefício.
Nesse sentido, a presença infantil em espaços de natureza é essencial, já que esse tipo de ambiente é especialmente propício para esse tipo de aprendizagem ao ar livre. Isso porque espinhos, escorregões e picadas de formiga dificilmente representarão um grande risco à vida de uma criança, mas podem ensiná-la, mas a sua ausência pode ser determinante para o seu desenvolvimento.
