A mediação parental é um conjunto de medidas utilizadas por pais, familiares ou responsáveis por uma criança que influencia suas condutas, valorizações e verbalizações em relação à internet. Com a presença do ambiente digital em todas as esferas da vivência humana, inclusive para estudar, socializar ou consumir entretenimento como filmes e música, é normal que adultos se preocupem com o modo que as crianças têm utilizado aparelhos digitais.
Alguns familiares optam, inclusive, por programas que controlam o acesso a conteúdos impróprios para os mais jovens. Esse modo de mediação parental, no entanto, não é o mais efetivo, segundo especialistas. Além de ser ineficiente, pode enfraquecer o laço de confiança estabelecido entre a criança e o adulto.
O mais efetivo é que os responsáveis estejam próximos das crianças. Isso envolve mostrar abertura para ouvir sem julgamentos o que elas têm a dizer sobre quaisquer assuntos, e colabora não apenas para a mediação parental, mas para a comunicação familiar em geral. Ao mesmo tempo em que adultos e crianças estabelecem laços, conversam sobre temas importantes, como o que é adequado ou não para ela, o que a deixa insegura e como comunicar situações em que estejam desconfortáveis.
Nesses diálogos, alguns temas são recorrentes, como a sexualidade e a privacidade. Nesse momento, as falas não devem partir apenas dos adultos. As crianças devem se sentir à vontade para contar de suas vidas dentro e fora da internet. Com quem elas conversam, como se expõem nas redes, quais conteúdos acessam e o que sentem em relação a tudo isso, incluindo sentimentos negativos, como vergonha ou confusão: esses assuntos são centrais para uma boa mediação parental.
Com esse tipo de conexão, adultos conseguem não apenas proteger, mas educar crianças para que frequentem o ambiente digital de uma forma saudável. As medidas podem ajudá-la a utilizar esses espaços de forma crítica e contribuir para a sua saúde emocional, tornando-os capazes de distinguir aquilo que lhes faz bem ou não.