O espaço público é aquele de uso comum e de posse de todos. Ele é aberto a toda a sociedade, ao contrário do espaço privado, que tem uma administração própria e pode, inclusive, ser fechado ao público. Por isso, nesse lugar acontecem importantes relações e encontros, fundamentais para o convívio em sociedade e para a articulação política.
Esse ambiente é essencial para as crianças, já que proporciona o convívio social e a criação de um sentimento de pertença na comunidade. Os laços criados ali propiciam a construção de uma rede de apoio, responsável por formular políticas de melhoria de vida dos que vivem no entorno (inclusive as crianças) e ações de proteção e de garantia dos direitos dos mais jovens.
Além disso, um espaço público aberto e com elementos da natureza proporciona a realização de brincadeiras não dirigidas, vital para o desenvolvimento saudável na infância. Isso porque o livre brincar fomenta a criatividade, a iniciativa e a autoconfiança. Ele também oferece à criança a prática de fazer escolhas, tomar decisões e resolver problemas.
Essa vivência no espaço público vai contra uma realidade que é cada vez mais presente para as crianças, do emparedamento das grandes cidades. Em espaços isolados e fechados, elas têm poucas oportunidades de socialização e da prática de atividades que envolvem autonomia. Além disso, o convívio em lugares fechados está relacionado a uma série de doenças que têm aumentado nas crianças, como obesidade e ansiedade.
No espaço público, por outro lado, podem experimentar a aprendizagem ao ar livre, uma proposta da educação integral que forma ecossistemas educativos, conectando a escola ao entorno do território. É a oportunidade de aprender com e na natureza. Esse é um dos pilares de uma cidade educadora e amigável à criança. Jovens mais conectados com a cidade são jovens mais conscientes de seu papel como cidadãos, mais críticos e mais ativos para promover as mudanças necessárias no entorno.