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A comunicação como cuidado: em memória de Nádia Rebouças

O Brasil perde um dos grandes nomes na luta contra a publicidade direcionada à crianças, Nádia Rebouças, publicitária responsável pelo primeiro plano de Comunicação do Programa Criança e Consumo, do Instituto Alana. 

Formada em Sociologia pela USP, iniciou sua carreira em grandes agências de comunicação e mais tarde fundou sua própria, a Oficina de Marketing, sendo uma das primeiras mulheres a comandar uma empresa neste setor. Foi diretora de planejamento, professora universitária e consultora de comunicação para diversas organizações. Recebeu diversos prêmios, incluindo o Caboré, uma das mais importantes e prestigiadas premiações do mercado de comunicação, marketing e mídia do Brasil, e deixou um legado de comprometimento com ética, inclusão e sustentabilidade na comunicação.

“Deixará realmente muitas saudades por sua presença sempre carinhosa, cheia de energia e repleta de ideias para o Criança e Consumo, para o Alana e para o Brasil! Ficará sempre conosco nas memórias e no impulso de tocar fundo o coração das pessoas por meio de uma comunicação assertiva, forte e sensível! Viva Nádia! Sempre presente!” Pedro Hartung, diretor de Políticas e Direitos das Crianças do Instituto Alana.

Como Conselheira do Alana, Nádia foi essencial na criação do Programa Criança e Consumo, onde seu brilhantismo fez nossas ideias e sonhos ganharem o mundo, sempre com um olhar cuidadoso e certeiro. 

“Nádia Rebouças, uma mulher forte, inteligente, líder, criativa. Emprestou tudo isso ao Alana e foi uma das grandes responsáveis por nossos resultados. Como comunicadora, e acho que ela foi a primeira que o Alana teve, Nadia nos instigava e desafiava a falar com mais gente. Sempre paciente, nos guiava a usar a comunicação contra o marketing dirigido às crianças. Sentirei saudades”, comenta Ana Lucia Villela, presidente do Alana. 

Pioneira no olhar da comunicação como ferramenta de transformação social, foi uma das primeiras profissionais a denunciar o direcionamento abusivo da publicidade infantil e usou seu conhecimento e talento em prol da infância, da sustentabilidade e do combate à fome.

“Foi uma das primeiras profissionais da publicidade a se posicionar contra o direcionamento de propaganda para crianças, por compreender sua natureza abusiva. Atuou por décadas na defesa do meio ambiente, da sustentabilidade, no combate à fome e na luta por direitos — especialmente os de crianças e adolescentes — usando a comunicação como ferramenta de consciência e mobilização. Sempre muito querida com a equipe do Criança e Consumo e de todo o Alana. Deixa um legado para todos nós.” — comenta Isabella Henriques, Diretora Executiva do Alana

Em suas palavras e em sua presença, havia sempre acolhimento, energia e um senso profundo de propósito.

“Sem Nádia, suas fundamentais contribuições e sua extrema dedicação às justas lutas ao longo da vida – entre elas a luta pelo fim da publicidade infantil -, não teríamos o Criança e Consumo e suas conquistas históricas”, afirma Maria Mello, coordenadora do programa Criança e Consumo

Nádia faleceu aos 75 anos e deixou três filhos: Carolina, Felipe e Pedro. Conforme seu desejo, suas cinzas serão lançadas em sua cidade do coração, Rio de Janeiro, no Arpoador. 

“Uma brasileira maravilhosa. Fundamental na nossa jornada no Criança e Consumo. Ela fará muita falta. Viva Nádia, pra sempre”, comenta Marcos Nisti, vice-presidente do Alana 

Nos despedimos de Nádia com os corações cheios de gratidão e admiração por tudo o que ela fez pelo Alana e pelas crianças brasileiras, sempre na certeza de que seu legado segue conosco na missão de honrar a infância. 

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Brasil vai sediar final da competição XPRIZE Rainforest | Florestas Tropicais em 2024 no Amazonas

Premiação financiada pelo Alana investe US$10 milhões para desenvolver novas tecnologias de mapeamento da biodiversidade de florestas tropicais. Expectativa é que a etapa final traga descobertas sobre o território amazônico em tempo real.

O Ministério Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços firmou um termo de parceria com a XPRIZE Foundation, para que a fase final da competição XPRIZE Rainforest | Florestas Tropicais seja realizada na Floresta Amazônica brasileira, no estado do Amazonas, em meados de 2024. O prêmio visa o desenvolvimento de novas tecnologias para o mapeamento da biodiversidade das florestas tropicais do mundo. 

A cerimônia de assinatura ocorreu no dia 25 de agosto, no Palácio do Planalto, com a presença do presidente em exercício e ministro, Geraldo Alckmin, e de Peter Houlihan, vice-presidente executivo de biodiversidade e conservação da XPRIZE. O Alana é financiador do prêmio de US$10 milhões, e foi representado por Ana Lucia Villela, presidente da instituição. 

O secretário de Economia Verde do MDIC, Rodrigo Rollemberg, assinou o termo de parceria em nome da Pasta e celebrou a parceria. “Esse prêmio usa as tecnologias da fronteira do conhecimento para identificar nossa biodiversidade”. Ele ressaltou as potencialidades do país na área de bioeconomia, que elevam o país a uma posição de liderança.  “O Brasil tem tudo para liderar uma economia verde, uma economia de baixo carbono por suas condições naturais e políticas. Temos a maior biodiversidade do planeta, temos grande quantidade de biomassa, uma matriz energética renovável e em expansão, 12% da água do  planeta e temos democracia.”

O MDIC, por meio da Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria, apoia a realização, no Brasil, da etapa final do prêmio. Na primeira fase, em Singapura, foram selecionadas seis equipes em junho do ano passado, entre elas um time brasileiro: Brazillian Team de Piracicaba (SP), ETH BiodivX da Suíça,  Providence Plus  da Espanha  e  Map of Life, Team Waponi! e Welcome to the Jungle , as três dos Estados Unidos. 

O XPRIZE Rainforest | Florestas Tropicais está em sua reta final após quatro anos de trabalho envolvendo 300 grupos de cientistas de 70 países. Com tecnologias que incluem o sequenciamento de material genético ambiental, drones com sensores bioacústicos, uso de robótica terrestre, inteligência artificial e ciência cidadã, as equipes selecionadas para a final mostraram, na prática, o efetivo uso de suas inovações.

No segundo semestre de 2024, os finalistas devem ser capazes de pesquisar 100 hectares de floresta amazônica em 24 horas e relatar as descobertas mais importantes feitas em tempo real, em até 48 horas. O objetivo será demonstrar escalabilidade e maximizar o desempenho tanto no levantamento da biodiversidade quanto na produção de soluções compatíveis com os desafios de uma floresta tropical úmida e densa.

“A sobrevivência da humanidade, especialmente a vida das crianças, depende da nossa capacidade de entender e proteger as florestas e sua sociobiodiversidade, mas nos resta pouquíssimo tempo. Nossa organização apoia os esforços ousados do XPRIZE Rainforest | Florestas Tropicais para encontrar junto a toda comunidade global de cientistas, mais rapidamente, novas tecnologias e aplicações para conservar nossas florestas tropicais e apoiar seus povos, incluindo a proteção de territórios, comunidades originárias e a valorização dos seus conhecimentos tradicionais e da repartição justa de benefícios”, afirma Pedro Hartung, Diretor de Políticas e Direitos do Alana.

As descobertas das equipes, em especial as que se conquistarem os três primeiros lugares, vão beneficiar não apenas o Brasil, que possui a maior floresta tropical do mundo, mas também outros nove países na América Latina, África e Ásia que possuem florestas tropicais, além da possibilidade de aplicá-las na conservação da biodiversidade de outros biomas. Até hoje, pesquisadores de todo o mundo identificaram cerca de 1,5 milhão de espécies, presentes nas florestas tropicais, mas alguns estudos estimam que convivemos com cerca de 9 milhões tipos de fauna e flora que ainda não conhecemos. Ao mesmo tempo, o mapeamento permite o acompanhamento efetivo do combate à perda da biodiversidade, uma das ameaças centrais da vida na Terra segundo a ONU. 

Saiba mais sobre as equipes finalistas e suas tecnologias:

·   Brazilian Team, Piracicaba (SP) – drones, arranjos de sensores, robótica terrestre e drones com podadores projetados para coletar amostras de DNA ambiental (eDNA) para avaliação.

· ETH BiodivX, Suíça – drones patenteados e modificados usados para coletar amostras digitais e físicas que podem ser analisadas usando a tecnologia de “backpack lab” combinando IA inovadora, ciência cidadã e eDNA de campo para análise remota econômica.

· Map of Life, EUA – veículos aéreos não tripulados (UAVs) equipados com captura de imagem de alta resolução e sensores acústicos que transmitem dados para um painel baseado em nuvem.

· Providence Plus, Espanha – grandes sensores implantados por drones projetados para produzir dados ricos em vários níveis de cobertura que, de outra forma, seriam difíceis de acessar.

· Team Waponi!, EUA – novas armadilhas de captura de insetos e sensores bioacústicos inovadores para serem implantados e recuperados via drone.

· Welcome to the Jungle, EUA – drones com sensores bioacústicos e de imagens personalizados para deixar para trás apenas material orgânico nativo da floresta após a recuperação.

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Tecnologia a favor da preservação da biodiversidade

O XPRIZE Rainforest, competição internacional para o desenvolvimento de novas tecnologias de avaliação da biodiversidade de florestas tropicais, chegou à sua fase final. Seis equipes, sendo uma brasileira, avançam no desafio e concorrem agora a uma premiação de 10 milhões de dólares. 

Mas você sabe qual é a importância de mapear a biodiversidade?

A perda da biodiversidade é considerada uma das três grandes crises da atualidade, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. O desaparecimento da vida selvagem é evidente – entre 1970 e 2018, por exemplo, houve uma diminuição de 69% no tamanho das populações de animais selvagens monitorados pela organização WWF. 

As consequências dessa crise são graves, em especial para as futuras gerações, pois ela impacta o equilíbrio ecológico e afeta a disponibilidade de comida, água potável e remédios, além de comprometer nossa capacidade de criar soluções para esses e outros grandes problemas da humanidade. Afinal, a biodiversidade global está sendo destruída antes que seu valor científico possa ser compreendido, catalogado e compartilhado com o mundo.

“Não podemos proteger de fato aquilo que não conseguimos medir e entender com precisão”, disse Peter Houlihan, vice-presidente executivo de biodiversidade e conservação do XPRIZE. É por isso que o desenvolvimento de tecnologias de mapeamento de biodiversidade, como as que estão sendo testadas dentro do XPRIZERainforest, são fundamentais para combater essa grave crise. 

Próximas etapas da competição XPRIZE Rainforest 

As seis equipes que avançam para a fase final da competição irão passar por uma rodada de rigorosos testes em um local remoto. As tecnologias da equipe vencedora devem ser capazes de pesquisar 100 hectares de floresta tropical em 24 horas e produzir os insights mais impactantes em tempo real, num prazo de 48 horas. Confira as equipes finalistas:

  • Brazilian Team, Piracicaba (SP) – drones, arranjos de sensores, robótica terrestre e drones com podadores projetados para coletar amostras de DNA ambiental (eDNA) para avaliação.
  • ETH BiodivX, Suíça – drones patenteados e modificados usados para coletar amostras digitais e físicas que podem ser analisadas usando a tecnologia de “backpack lab” combinando IA inovadora, ciência cidadã e eDNA de campo para análise remota econômica.
  • Map of Life, EUA – veículos aéreos não tripulados (UAVs) equipados com captura de imagem de alta resolução e sensores acústicos que transmitem dados para um painel baseado em nuvem.
  • Providence Plus, Espanha – grandes sensores implantados por drones projetados para produzir dados ricos em vários níveis de cobertura que, de outra forma, seriam difíceis de acessar.
  • Team Waponi!, EUA – novas armadilhas de captura de insetos e sensores bioacústicos inovadores para serem implantados e recuperados via drone.
  • Welcome to the Jungle, EUA – drones com sensores bioacústicos e de imagens personalizados para deixar para trás apenas material orgânico nativo da floresta após a recuperação.

Essas equipes terão alguns meses de preparação pela frente e os vencedores devem ser anunciados em 2024.  “Nossa organização tem orgulho de apoiar os esforços ousados do XPRIZE Rainforest para descobrir as tecnologias e os dados necessários para preservar nossas florestas tropicais e seus povos, incluindo a proteção de territórios indígenas e a valorização dos seus conhecimentos tradicionais.” disse Pedro Hartung, Diretor de Políticas e Direitos do Alana, “A sobrevivência da humanidade, especialmente a vida das crianças, depende de várias formas da nossa capacidade de entender e proteger nossas florestas e biodiversidade.”