O protagonismo infantil parte da perspectiva de que o ensino é uma via de mão dupla e que todos têm a ensinar e a aprender. Assim, o estudante assume uma posição mais ativa no próprio processo de aprendizado e desenvolve habilidades socioemocionais enquanto aprende o conteúdo das disciplinas.
Esse conceito coloca a centralidade da criança no processo educativo. Entende que ela não é mero receptor de conteúdos, mas que é capaz de construir seu próprio conhecimento com a ajuda do professor, que cumpre um papel de mediador. O protagonismo infantil incentiva habilidades como a autonomia e a criatividade, e proporciona que os estudantes estejam mais à vontade para agir em seu território.
Processos educativos que consideram o protagonismo infantil costumam levar em conta os interesses da criança e estão atentos às necessidades delas. Além disso, é comum que permitam a aquisição de conhecimento de forma empírica e incentivem a participação dos educandos na definição das ações a serem feitas.
A escuta ativa é essencial para o protagonismo infantil. Esse exercício, que envolve observar as expressões de quem fala para além de suas palavras, considerando gestos, sinais, ações e até o silêncio, permite que o adulto entenda o que a criança precisa. Assim, pode garantir as condições necessárias para que ela atue como protagonista nesse processo.
O Criativos da Escola é um exemplo de iniciativa que incentiva o protagonismo infantil. Criado em 2015, encoraja crianças e adolescentes a transformarem as suas realidades, fortalecendo seu efetivo direito à participação. Além do protagonismo, estão entre os pilares do projeto a empatia, a criatividade e o trabalho em equipe para a realização de ações de formação, reconhecimento e valorização voltadas a estudantes e educadores. Ele faz parte ainda de um movimento global criado na Índia, o Design for Change, que proporciona meios para a transformação social protagonizada por jovens e já alcançou mais de 2,2 milhões de pessoas em 52 países do mundo.