Empatia

Ter empatia significa se colocar no lugar do outro, sentir o que outra pessoa sentiria, caso estivesse na situação vivenciada por ela, e tentar compreender experiências e visões de mundo diferentes das suas. Apesar de engrandecedora, essa tarefa pode não ser das mais fáceis, e exige uma série de habilidades e saberes emocionais. 

Isso porque o exercício da empatia não se estende somente àqueles que consideramos parecidos ou próximos de nós. Ela está no ato de reconhecer aquilo que nos é estranho e, por vezes, até errado. Não se limita a compreender as escolhas e ações positivas de alguém, mas também seus erros, sejam eles guiados por medo, ignorância, agressividade ou outros sentimentos desafiadores. Ela é a prática de se desvencilhar da própria trajetória de vida e se colocar no lugar do outro. 

Por isso tão difícil e por isso tão essencial, já que possibilita a criação de laços e relações profundas. Para exercitar a empatia com o outro, é preciso lançar um novo olhar sobre ele, sem julgamentos. É necessário abandonar por um momento suas verdades e crenças e se abrir para a realidade em que a outra pessoa está. E isso só se desenvolve na prática. Um primeiro passo possível é apurar a escuta atenta, acreditar e se aprofundar nas histórias sem buscar falhas. 

Para isso, é importante abrir-se para o que está sendo dito, mas não apenas nas palavras. Aspectos como tom de voz, postura e o gestual da pessoa dizem muito sobre como ela está se sentindo. As emoções podem ser uma boa porta de entrada para o universo que é o outro e para que possamos compreender melhor o mundo que nos cerca e derrubar nossos preconceitos.

Se a empatia não é um exercício fácil, ela também não pode ser criada apenas com teoria. É na ação que a compreensão e a abertura acontecem. Na convivência diária, de pouquinho em pouquinho, vamos lançando novos olhares ao mundo e aos outros e reconhecendo as diferenças. Não precisamos concordar com tudo, mas passamos a compreender melhor os outros.