Afeto

O afeto é fundamental para a vivência de todos os seres humanos. Presente em pequenas ações do dia a dia, mostra-se uma ferramenta poderosa para construir vínculos e relações saudáveis, já que a partir de um gesto carregado de afeto, relações são estabelecidas, comunidades são criadas e redes de apoio são construídas.

Para as crianças, o afeto é ainda mais importante. Presente na forma do colo, de um abraço ou da ternura da voz que conta uma história, entoa uma canção, acolhe e dá segurança, ele é uma das bases para o desenvolvimento humano. E esse crescimento e apreensão do mundo acontece com mais intensidade durante os primeiros anos de vida. A criança que tem acesso a relações afetivas se relaciona melhor com as difíceis tarefas de crescer, conviver, aprender e ser; os laços criados, que envolvem não apenas a mãe, mas adultos de referência e outras crianças, ajudam os seres que acabaram de chegar ao mundo a entender sua pertença na família, na comunidade e na cidade. 

Para a criança, o afeto é tão fundamental quanto se alimentar, habitar um lugar seguro, brincar e aprender. É o vínculo que surge desse espaço de acolhimento e ternura que nutre a criança emocionalmente e a ajuda a não cometer violências contra si, contra os outros e contra o ambiente, no presente ou no futuro. É o que explica a coordenadora de Educação do Instituto Alana Raquel Franzim. Mas estabelecer momentos de afeto, antes de tudo, não significa criar relações perfeitas. Antes disso, é sobre “estar atento afetivamente às crianças. Este ato contempla a existência inteira dela.”
É por esse motivo que o afeto é um dos muitos direitos que devem ser assegurados às crianças. O documento Ao honrar uma criança, honramos uma comunidade inteira é uma base comum sobre infância e educação que vai nesse sentido. Criada pelos colaboradores do Instituto Alana em 2020, prevê garantias como o brincar livre, a inclusão e a educação, instâncias fundamentais para criar crianças mais felizes, saudáveis e autônomas.