O estresse tóxico acontece quando a criança passa por uma dificuldade forte e prolongada sem o apoio adequado de um adulto. O estresse é uma resposta natural do organismo a uma situação adversa, mas esse tipo de tensão, quando acontece de maneira contínua, pode trazer prejuízos à saúde mental da criança.
A perturbação pode decorrer de eventos de violência física ou verbal, da falta de carinho, da ausência de um ou mais pais, do excesso de atividades ou de um divórcio conturbado. Pode também ser fruto de pressões estabelecidas na publicidade infantil, assim como a falta de espaços naturais. Esses dois fatores estão diretamente ligados ao emparedamento das infâncias e podem comprometer o desenvolvimento infantil saudável.
Espaços fechados e isolados contribuem para o estresse tóxico e para a piora da saúde mental das crianças. Outros fatores que comprometem o desenvolvimento infantil são o uso excessivo de telas e a falta de convivência com pessoas diferentes, situações cada vez mais comuns em espaços urbanos.
Por isso é tão importante que as crianças tenham acesso a espaços públicos e naturais, onde exerçam a autonomia e o brincar livre. Essa oferta pode funcionar como cura e alimento para problemas que vão além do estresse tóxico. É o caso de habilidades físicas e motoras e de doenças como obesidade e ansiedade. O jovem, além de ter essas competências melhoradas, aprende a socializar e a valorizar a vida.
Cerca de 80% das crianças brasileiras vivem em ambientes urbanos. E é justamente em busca do combate do estresse tóxico, além da conscientização da população sobre o problema, que o Instituto Alana lançou o manifesto O que é essencial para as nossas crianças?. Pela iniciativa Criança e Natureza, há também uma entrevista com a pediatra Evelyn Eisenstein, que explica como ambientes naturais podem ajudar a prevenir e até curar algumas doenças, incluindo o estresse tóxico.