A erotização precoce acontece quando a criança é estimulada a certos comportamentos antes da faixa etária adequada, e isso tende a acontecer de forma extensa na mídia e nos meios de comunicação. Peças de publicidade infantil, música e obras de audiovisual têm um papel central no processo de pertencimento da criança ou até de um pré-adolescente em seu círculo social. É a partir das canções, dos personagens da moda ou até dos produtos desejados pelos pares que ela é, muitas vezes, incluída ou não de certo grupo.
E esse é o maior desejo de grande parte dos jovens, que apelam ao que é apresentado nos meios de comunicação para serem aceitos entre os colegas. Mesmo que eles não tenham condições financeiras para adquiri-lo, absorvem modelos e atitudes da mensagem que é veiculada naquela peça publicitária. Um comportamento compatível com aquele proposto pode, no entanto, adultizar um jovem que ainda está em processo de desenvolvimento emocional.
Na maior parte das vezes, inclusive, a criança sequer compreende esse processo de erotização precoce. Decide dançar uma música que todos estão dançando sem entender do que se trata, passar maquiagem ou escolher determinada roupa para se encaixar. E essas atitudes, quando repetidas, são absorvidas por ela como desejáveis e aceitas para a sua idade. O jovem aprende na repetição e segue o padrão de comportamento daqueles no seu entorno, sem entender os sentidos que estão por trás daquilo.
Para evitar a erotização precoce, é importante que os adultos responsáveis por aquele indivíduo tenham consciência do tipo de conteúdo que está sendo oferecido a ele e a sua classificação indicativa. Além disso, é fundamental conhecer a criança e entender se ela está preparada para receber aquele tipo de conteúdo, dar atenção ao seu desenvolvimento emocional. As crianças não se desenvolvem todas da mesma forma e no mesmo ritmo. Isso varia de acordo com cada pessoa e seu contexto social.
O Instituto Alana, por meio de seu programa Criança e Consumo, realizou uma série de conteúdos, que envolvem entrevistas com especialistas, reportagens e estudos, para informar as pessoas sobre a erotização precoce e seus impactos para as mais jovens. Outros textos podem ser acessados diretamente no site do Criança e Consumo.