A crise climática é causada pelas variações de temperatura e precipitação que ocorrem no planeta. O principal responsável por esse fenômeno é o aquecimento global, que acontece devido à ação humana, agravadora do efeito estufa da atmosfera. É um problema que atinge a todos nós, sem exceção, mas que afeta em especial grupos vulneráveis da sociedade, como as crianças.
São elas quem viverão no futuro os efeitos mais agudos da intervenção humana no meio ambiente, mas ainda durante a infância podem sentir alguns de seus impactos. É que a crise climática pode gerar desastres ambientais determinantes para o desenvolvimento dos mais jovens. Além disso, naturalizam ambientes pouco propícios para a vivência de uma infância plena, como espaços cimentados e gradeados. Ocupar apenas esses espaços pode trazer consequências para toda a vida.
A privação de um ambiente de desenvolvimento saudável, que inclui a convivência com a fauna e flora locais, afeta também o cumprimento de outros direitos assegurados às crianças e à sociedade de forma geral. Segundo a própria Constituição Federal de 1988, em seu artigo 225, “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
O relatório “Um futuro para as crianças do mundo?”, lançado em 2020 pela ONU em parceria com a revista científica The Lancet e com a Unicef, chama a atenção para o impacto que essas consequências podem ter nas vidas dos mais jovens, ainda em formação. Os principais fatores da crise climática, como a degradação ecológica e a mudança climática são causados pelos mesmos agentes que promovem alimentos processados, álcool e tabaco, que afetam diariamente a saúde das crianças.
As crianças que vivem em países em desenvolvimento estão ainda mais expostas aos efeitos da crise climática, segundo a pesquisa. As ondas de calor extremo podem, por exemplo, proliferar doenças como malária e dengue, além de propiciar condições como a subnutrição. Os efeitos a longo prazo ainda devem ser descobertos, mas a ação para garantir um melhor ambiente às gerações futuras mostra-se cada vez mais urgente.